Representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmaram, na sexta-feira (1º/2), terem encontrado pessoas com ferimentos de bala após o ataque que deixou mais de 100 mortos em uma fila de comida na Cidade de Gaza, na quinta-feira (29/2). Autoridades israelenses negaram a responsabilidade e o Exército citou que os moradores morreram pisoteados durante a distribuição de ajuda humanitária.
Uma equipe da ONU visitou o hospital Al-Shifa e levou medicamentos, vacinas e combustível para ajudar a garantir que as instalações médicas continuem funcionando. "Este hospital está tratando mais de 200 pessoas que ficaram feridas ontem. Vimos pessoas com ferimentos de bala. Vimos amputados e vimos crianças de até 12 anos que ficaram feridas ontem", disse o chefe do subescritório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) em Gaza, Georgios Petropoulos.
A comunidade internacional, liderada por Estados Unidos, União Europeia (UE) e Nações Unidas, querem uma investigação sobre o ataque contra palestinos famintos que aguardavam por ajuda humanitária. Segundo a ONU, 2,2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza estão ameaçados pela fome após quase cinco meses de conflito. Os ataques israelenes já mataram mais de 30 mil pessoas.
Neste sábado (2/3), o Exército israelense continuou bombardeando a Faixa de Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde, ao menos 92 pessoas morreram nas últimas 24 horas.
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários alertou para urgência de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, pois a maioria da população está passando fome. "Se nada for feito, tememos que a fome generalizada em Gaza seja quase inevitável, e o conflito, que desde Outubro custou a vida a quase 30 mil pessoas e feriu mais de 70 mil, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, terá muito mais vítimas", afirmou Ramesh Rajasingham, diretor da Divisão de Coordenação do Ocha.
"As hostilidades e a escassez de abastecimentos essenciais, incluindo electricidade, combustível e água, deixaram a produção alimentar praticamente paralisada. As cinco fábricas que operavam em Gaza antes de 7 de Outubro cessaram as operações já em novembro. Os graves danos causados às infra-estruturas hídricas provocados pelos combates e o corte do fornecimento de energia e de combustível em outubro afetaram significativamente o acesso à água, que é essencial para a produção de alimentos e a prevenção da subnutrição e das doenças", emenda a organização.
Com informações da AFP*
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