O mercado imobiliário brasileiro registrou um crescimento total de 32,6% nas vendas de novos imóveis em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), nesta quarta-feira (13/3), em coletiva de imprensa.
Segundo o indicador, o bom desempenho das comercializações, totalizando 163.108 unidades, foi impulsionado tanto pelo segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) quanto pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), estabelecendo assim um novo recorde da série histórica iniciada em 2014.
O MCMV apresentou aumentos no volume de unidades comercializadas (42,2%) e no valor total de vendas ao longo dos 12 meses (55,1%). O segmento também registrou um acréscimo significativo de 39,3% no valor de venda dos lançamentos.
Segundo o levantamento, o bom resultado do programa reflete as medidas de ajuste para ampliar o acesso das famílias de menor renda à moradia. Além disso, reforça a necessidade de manter regras estáveis para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário destinado à população de baixa renda, possibilitando a oferta de taxas de juros menores e parcelas acessíveis.
O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) continua apresentando bom desempenho nas vendas, com alta de 14% no volume de unidades comercializadas e de 18,9%, no valor de vendas. Apesar de uma redução de 9,2% no valor total lançado nesse segmento, há uma indicação clara de readequação gradual nos níveis de estoque do Médio e Alto Padrão. Atualmente, a duração da oferta está em 17 meses, contra os 24 meses registrados no início de 2023.
A relação distrato sobre venda no MAP segue em um baixo patamar (11,8%), ressaltando a eficácia do marco legal estabelecido em 2018. A título de comparação, quando a Lei dos Distratos foi sancionada, essa relação era de cerca de 40%.
O presidente da Abrainc, Luiz França, destaca a resiliência como elemento central no panorama imobiliário de 2023. "Frente a um desafiador início de ano no contexto macroeconômico, com repercussões em diversos setores, os ajustes nos indicadores econômicos e as melhorias substanciais no programa Minha Casa, Minha Vida desempenharam papéis determinantes no bom desempenho do setor no último ano", ressalta.
França enfatiza que a continuidade da redução da taxa Selic em 2024 será um impulsionador significativo para o desenvolvimento desse setor crucial para a economia, responsável por 11% dos empregos formais do país, 9% dos impostos gerados no Brasil e pela dinamização de 97 atividades econômicas.
"Com a atual tendência de queda da taxa de juros, é esperado um aumento nas vendas em 2024, tornando a compra de imóveis para investimento ainda mais atrativa. Além disso, observou-se um incremento de 17% nos preços dos aluguéis, fortalecendo ainda mais a procura por ativos imobiliários”, justifica.
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