20 de Setembro de 2024

Netanyahu aprova plano de Israel para atacar Rafah, em Gaza


Sem informar a data de um possível ataque, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou, em comunicado, que aprovou os planos do Exército para entrar em Rafah, o último grande centro populacional que ainda não foi alvo de ações por terra desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro. A nota diz que "os militares estão preparados para a parte operacional e a evacuação da população".

O anúncio repercutiu mal entre os aliados de Israel. O presidente norte-americano, Joe Biden, que apoia Netanyahu no conflito, disse que uma invasão israelense a Rafah seria uma "linha vermelha", caso não haja planos confiáveis de proteção aos civis. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse durante uma visita a Viena que Washington não viu os planos para uma operação em Rafah, mas reiterou que quer um "planejamento claro e implementável" para garantir que os civis estejam fora de perigo.

Já o Ministério das Relações Exteriores alemão disse, na rede social X, que "uma ofensiva em grande escala em Rafah não pode ser justificada". "Mais de 1 milhão de pessoas procuraram refúgio lá e não têm para onde ir. Precisamos de um cessar-fogo humanitário agora, para que a morte acabe e os reféns sejam finalmente libertos."

Segundo a agência de notícias oficial Wafa, o gabinete do presidente palestino, Mahmud Abbas, "expressou profunda preocupação com uma iminente ofensiva militar israelita em Rafah, que poderia resultar num novo massacre e num maior deslocamento do povo palestiniano em Gaza." O texto diz que "a Presidência sublinhou a urgência de uma intervenção rápida tanto da administração dos Estados Unidos como da comunidade internacional para evitar esse ataque militar, que poderá aumentar o já imenso sofrimento do povo palestino".

Ontem, o Hamas, que exigia até então um cessar-fogo definitivo em Gaza, propôs uma trégua de seis semanas e uma troca de dezenas de reféns por presos palestinos. Quarenta e dois israelenses mantidos à força pelo grupo armado poderiam ser libertos, com prioridade para mulheres, crianças, idosos e enfermos.

Em troca, o grupo radical quer a libertação de 20 a 50 prisioneiros palestinos atualmente nas prisões israelenses, por cada refém. Israel calcula que 130 sequestrados pelo movimento islamita em seu território continuam retidos em Gaza, e que 32 teriam sido mortos.

O gabinete de Netanyahu informou que Israel enviará uma delegação ao Catar para negociar a proposta. A delegação partirá de Doha, capital catariana, após uma reunião de segurança nacional para discutir a postura do país sobre um eventual acordo com o grupo islamita.

"Estamos cautelosamente otimistas de que as coisas estão se movendo na direção certa", reagiu o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby. Ele acrescentou que proposta do movimento islamista palestino estava "dentro dos limites" do que os negociadores têm discutido nos últimos meses.

Ontem, o primeiro navio que levou ajuda humanitária à Faixa de Gaza por meio de um corredor marítimo a partir do Chipre começou a descarregar as 200t de alimentos na costa do território palestino. Em um comunicado, o Exército israelense afirmou que tropas foram mobilizadas para proteger a área. "O navio passou por um controle de segurança completo", acrescentou a nota, destacando que a entrada dos mantimentos não viola o bloqueio imposto à região desde 2007.

O navio da organização não governamental espanhola Open Arms partiu na terça-feira do porto cipriota de Larnaca com destino a Gaza, por um corredor humanitário marítimo aberto a partir do Chipre. A carga de arroz, farinha e enlatados, fornecida pela ONG World Central Kitchen, parceira dos Emirados Árabes, renderá cerca de 300 mil refeições.

Devido à escassez em Gaza, vários países se juntaram aos esforços para enviar suprimentos a partir do Chipre ou realizaram operações aéreas lançando pacotes com paraquedas. Porém, organizações humanitárias insistem que as ações não podem substituir as entregas por terra, em um momento em que a fome representa um grave risco para a população do território palestino, devastado por mais de cinco meses da guerra entre o Hamas e Israel.

Fonte: correiobraziliense

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