22 de Novembro de 2024

Marinho diz que Lula ficou 'muito feliz' com dados do Caged


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou feliz com os dados positivos do mercado de trabalho formal divulgados, nesta quarta-feira (27/3), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de acordo com o chefe da pasta, Luiz Marinho. Segundo ele, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro voltaram a surpreender e a expectativa dele e do chefe do Executivo é que, ao longo do ano, os analistas continuem errando nas previsões.

Conforme os dados do Caged, em fevereiro, foram criadas 306,1 mil novas vagas de emprego com carteira assinada, dado 81,7% acima do registrado em janeiro (168,5 mil) e 21,2% acima dos números ajustados de fevereiro de 2023 (252,5 mil).

“O presidente Lula ficou muito feliz com esse número e nós também, e esperamos que em março venha reforçar mais essa tendência positiva”, disse Marinho, a jornalistas, durante a apresentação dos números do Caged. Segundo ele, para este ano, a expectativa do governo é que o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os novos investimentos do setor automotivo devem criar mais vagas do que o 1,5 milhão criadas no ano passado, podendo, finalmente, chegar aos 2 milhões de novos empregos, como ele estava prevendo para 2023.

“O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,9% no ano passado e os analistas previam, no início do ano, 0,5%. Este ano, especialistas estão levando em consideração um crescimento de 1,5% a 1,7%. E o presidente Lula brincou de novo e disse que os economistas vão errar de novo”, apontou.

Conforme os dados do Caged, o número de vagas criadas em fevereiro é o maior para o mês desde 2022, mas abaixo dos 397,9 mil novos cargos criados no segundo mês de 2021.

No acumulado do ano, foram criadas 467,6 mil vagas de empregos formais, o que contribuiu para que o estoque, de 45,9 milhões de colocações com carteira assinada no mês passado — maior patamar desde novembro de 2023.

“Esse é o resultado que estamos começando a colher, porque os frutos estão amadurecendo”, enfatizou Marinho, que mandou um recado para o Banco Central reduzir mais os juros, apesar de o mercado de trabalho estar mais aquecido do que o esperado.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, reduziu a taxa básica da economia (Selic) em mais 0,50 ponto percentual, para 10,75% ao ano, mas sinalizou que poderá reduzir o ritmo de cortes a partir de junho, em grande parte, porque o mercado de trabalho está com um desempenho melhor e isso pode gerar pressões inflacionárias, especialmente no setor de serviços, que é o que mais pesa na economia e o que mais emprega.

“Queria chamar a atenção do Banco Central, porque os juros estão um absurdo e o BC não precisa ficar preocupado porque o mercado de trabalho vem mais forte. O cuidado que eles têm que ter é continuar reduzindo a taxa de juros, porque o Brasil continua com a segunda maior taxa (de juros reais — descontada da inflação) do mundo. Os juros estão altos e é preciso continuar com a redução dos juros para a economia continuar crescendo”, disse Marinho.

Ele reconheceu que, para que o aumento da massa salarial seja por conta do aumento da produtividade, ainda é preciso que as empresas invistam mais na melhoria dos equipamentos.

“A produtividade por investimento e as empresas estão com investimentos insuficientes para a melhoria dos equipamentos. Elas precisam reformular as máquinas que, eventualmente, estão obsoletas para aumentar a produtividade. E, para isso, convido o Banco Central a aumentar mais esse debate e não uma simples constatação de números globais. É preciso dar uma aprofundada em cada setor para poder falar sobre essa questão da produtividade”, disse o ministro. Na avaliação dele, os investimentos que estão sendo anunciados, principalmente no setor automotivo, devem ajudar a aumentar a produtividade da indústria automotiva, por exemplo.

Fonte: correiobraziliense

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