Representantes do Governo Federal condicionaram a negociação de reajuste salarial e benefícios aos servidores federais a não realização de greve das categorias. Na avaliação do governo, uma nova greve atrapalharia as negociações.
Uma reunião entre os sindicatos e a equipe do Ministério da Gestão e Inovação (MGI) foi realizada nesta quarta-feira (10/4), no Conselho Nacional da Previdência, no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Professores e técnicos federais pedem recomposição e ajuste salarial de 22,71%, divididos em três parcelas pagas em 2024, 2025 e 2026, o governo Federal oferece aumento de 4,5% a partir do ano que vem. Essa semana, os professores da UnB já aprovaram greve a partir do dia 15 de abril.
Mais cedo, o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que um reajuste este ano para todos os servidores federais está descartado pois o orçamento de 2024 já foi fechado.
Na reunião desta quarta, os sindicalistas também reivindicaram reajuste nos auxílios alimentação, saúde e creche. Os trabalhadores acreditam que podem conquistar esse aumento durante a negociação com o governo federal. Mas os representantes da União afirmam que a discussão só poderá prosseguir, se os servidores abdicarem de realizar greve.
Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que greves são um direito dos trabalhadores, mesmo que o governo não goste e brincou que "não tem moral" para criticar paralisações devido a sua origem política.
Enquanto representantes sindicais e o governo discutem reajustes e recomposições, sindicalistas da educação federal protestam na porta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Embora se mostrem motivados a reivindicar o reajuste, já impressão geral do movimento é de que a reunião com o governo não deve trazer resultados a curto prazo.