As vendas no comércio varejista registraram alta de 1,0% na passagem de janeiro para fevereiro, atingindo o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000. Segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (11/4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa é a segunda alta consecutiva, após o índice ter registrado crescimento de 2,8% em janeiro.
A alta foi de 8,2% em comparação ao mesmo período do ano passado. No acumulado no ano o avanço foi de 6,1% enquanto o acumulado nos últimos 12 meses registrou crescimento de 2,3%.
Seis das oito atividades investigadas na pesquisa avançaram em fevereiro deste ano. Dentre elas, os destaques foram os setores de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que avançou 9,9%, e de outros artigos de uso pessoal e doméstico, com alta de 4,8%, que exerceram as principais influências sobre o resultado total do comércio varejista.
Boa parte da alta veio de produtos farmacêuticos, no entanto, houve um fator inflacionário que precisa ser levado em conta, que resultou em um crescimento de preços, mas um crescimento ainda maior em volume de receitas.
As quedas se concentraram nas atividades do varejo de combustíveis e lubrificantes, com uma retração de 2,7%, e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, queda de 0,2%.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas cresceu 1,2%. O acumulado no ano foi de 8,2% enquanto no acumulado em 12 meses, a variação acumulada foi de 3,6%.
Para o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, é possível observar uma mudança de foco de consumo nos últimos meses, que passa de um cenário de orçamento mais restrito, concentrado em produtos básicos, para um momento com mais espaço para que haja consumo de outros tipos de produtos. “Tal cenário tem relação com o aumento do crédito, em virtude da diminuição da taxa básica de juros, assim como o crescimento da massa de rendimento real e da população ocupada”, avaliou.
A última vez em que o varejo registrou dois meses consecutivos de alta foi em setembro de 2022. “Entre os destaques dessa passagem está termos observados dois meses consecutivos de altas, o que não acontece desde meados de 2022. No entanto, naquele momento o crescimento combinado dos dois meses foi menor, menos intenso”, observou.
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