A polícia australiana disse que o ataque com faca a uma igreja em Sydney, na Austrália, foi um "ato terrorista" de motivação religiosa.
Um jovem de 16 anos foi preso depois que um bispo, um padre e fiéis foram atacados na segunda-feira (15/4) durante uma missa na Igreja Christ The Good Shepherd.
Pelo menos quatro pessoas sofreram ferimentos "sem risco de vida", disse a polícia. O agressor também ficou ferido.
O incidente foi capturado em uma transmissão ao vivo da igreja no subúrbio de Wakeley.
A polícia australiana define os crimes terroristas como tendo motivação ideológica.
As investigações ainda estão em andamento, mas a polícia disse estar convencida de que se trata de um caso de extremismo religioso.
As autoridades não divulgaram a religião do agressor.
Vídeos explícitos do ataque espalharam-se rapidamente pelas redes sociais na noite de segunda-feira, atraindo uma multidão furiosa à Igreja Ortodoxa Assíria, que fica a cerca de 35 km a sudoeste do centro da cidade.
A multidão de centenas de pessoas entrou em confronto violento com a polícia, que guardava a igreja onde o agressor estava sendo tratado por paramédicos.
Dois policiais ficaram feridos — um deles com a mandíbula quebrada depois de ser atingido por um tijolo — e dez carros da polícia foram destruídos. A violência também impediu que os paramédicos deixassem a igreja por mais de três horas.
O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, convocou uma reunião de emergência das agências de segurança nacional.
"Somos uma nação que ama a paz... Não há lugar para o extremismo violento", disse.
Ele pediu que as pessoas "não façam justiça com as próprias mãos".
Em entrevista nesta terça-feira, a comissária de polícia do Estado de Nova Gales do Sul, Karen Webb, disse que o bispo e o padre foram submetidos a uma cirurgia e têm "sorte de estarem vivos".
A igreja divulgou os nomes do padre Isaac Royel e do bispo Mar Mari Emmanuel.
Ordenado em 2011, o Bispo Emmanuel é visto como uma figura popular e controversa, e os seus sermões receberam milhões de visualizações nas redes sociais.
Karen Webb disse que o adolescente agressor teria dito algo de cunho religioso ao bispo enquanto se aproximava para agredi-lo.
A polícia acredita que o fato de o ataque ter acontecido durante um culto transmitido ao vivo pela internet representa intenção de "intimidar não apenas os presentes, mas aqueles que estavam assistindo online".
Webb disse que o suspeito agiu sozinho e, embora "conhecido pela polícia", não estava em lista de vigilância terrorista.
O agressor também foi submetido a uma cirurgia depois que seus dedos foram feridos, disse a polícia, acrescentando que não está claro se ele foi ferido com a própria arma ou quando foi detido pela congregação.
O incidente ocorreu poucos dias depois de outro esfaqueamento na Austrália — sem aparente relação com este — em um popular centro comercial de Sydney, que deixou sete pessoas mortas, incluindo o suposto agressor.
"Há uma ansiedade compreensível da comunidade no momento", disse o primeiro-ministro estadual de Nova Gales do Sul, Chris Minns. Ele pediu calma à população, ecoando apelos de líderes religiosos e comunitários.
O bairro de Wakeley abriga a pequena comunidade cristã assíria de Sydney, muitos dos quais fugiram da perseguição e da guerra no Iraque e na Síria.
Segundo um deputado local, o bispo atacado é um líder proeminente da comunidade.
O bispo tem tido uma relação turbulenta com a Igreja Assíria, tendo sido supostamente suspenso por desobedecer aos cânones e formar uma igreja separatista.
Em 2021, ele foi um opositor veemente das restrições da covid-19, descrevendo os confinamentos na Austrália como escravidão e dizendo que as vacinas são inúteis, em oposição ao que revelaram as pesquisas.
Fonte: correiobraziliense
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