20 de Setembro de 2024

Yerevan, a capital de um povo movido pela coragem


Yerevan — A capital da Armênia, se prepara para lembrar o 109º aniversário do início do genocídio que dizimou 1,5 milhão de 2,7 milhões de armênios, destruiu a cultura e expropriou a identidade nacional de um povo marcado por perseguições, massacres, deportações forçadas.

A cidade de pouco mais de 1 milhão de habitantes é a própria tradução do povo armênio, simbolizada pela resiliência. Ainda que as barbáries cometidas pelo Império Turco-Otomano, há mais de um século, sejam uma ferida aberta, Yerevan ressurgiu de uma história de tragédias e de 14 invasões.

De avenidas largas, calçadas e praças arborizadas, parques repletos de passarinhos e corvos, Yerevan respira arte e cultura. Ao caminhar pelas ruas, é possível deparar com esculturas de artistas famosos, como o colombiano Fernando Botero; encontrar homenagens e referências a nomes consagrados da música, como Charles Aznavour e Aram Khachaturian; se surpreender com anônimos expondo suas telas na Praça França, onde uma imensa estátua de mármore em peça única celebra MartirosSaryan, o mais famoso pintor armênio. A mesma praça receberá um busto de Aznavour em breve.

O resgate da identidade nacional é motivo de orgulho para o povo da Armênia, que se reergueu, apesar do trauma do genocídio e do medo de conflitos no Cáucaso Norte.Em confronto com o Azerbaijão, que invadiu o enclave de Nagorno-Karabakh e forçou a expulsão de 110 mil cidadãos, a Armênia também enfrenta a ameaça constante da Turquia, aliada de Baku e vizinha que jamais reconheceu o genocídio armênio.

  • Pelas ruas de Yerevan, é possível se surpreender com estátuas e esculturas que
    Pelas ruas de Yerevan, é possível se surpreender com estátuas e esculturas que "surgem" do nada e convidam à reflexão Rodrigo Craveiro/CB/D.A.Press
  • Armênios jogam cartas sobre tabuleiro de xadrez, outro esporte considerado paixão nacional
    Armênios jogam cartas sobre tabuleiro de xadrez, outro esporte considerado paixão nacional Rodrigo Craveiro/CB/D.A.Press
  • Obras de pintores anônimos expostas diante da estátua de Martiros Saryan,  o mais famoso nome da pintura armênia
    Obras de pintores anônimos expostas diante da estátua de Martiros Saryan, o mais famoso nome da pintura armênia Rodrigo Craveiro/CB/D.A.Press
  • Obra do colombiano Fernando Botero exposta diante do Complexo Cascade, mistura de jardim suspenso e galeria de arte
    Obra do colombiano Fernando Botero exposta diante do Complexo Cascade, mistura de jardim suspenso e galeria de arte Rodrigo Craveiro/CB/D.A.Press
  • Praça da República, onde uma estátua de Lênin foi derrubada após o colapso da União Soviética, marcando uma nova era
    Praça da República, onde uma estátua de Lênin foi derrubada após o colapso da União Soviética, marcando uma nova era Rodrigo Craveiro/CB/D.A.Press
  • Prédio do Ministério das Finanças, na Praça da República, com iluminação que se tornou marca registrada do coração de Yerevan
    Prédio do Ministério das Finanças, na Praça da República, com iluminação que se tornou marca registrada do coração de Yerevan Rodrigo Craveiro/CB/D.A.Press

Nem a complexidade geopolítica regional é um obstáculo para os armênios, na busca de um futuro de paz e de harmonia. Assim como o passado de tragédias e de fugas constantes não apagou o modo positivo de viver. Yerevan transpira vida. Nas praças de Yerevan, pais passeiam com suas crianças; na boulevard Northern Avenue, jovens e famílias se divertem em cafés e sorveterias, enquanto artistas de rua se apresentam até tarde da noite. A fonte da praça do Moscow Cinema, um dos resquícios da era soviética, também atrai casais e filhos, além de turistas.

O Cascade, na parte mais alta da cidade, é outro convite para saborear a cultura. Além de um jardim suspenso, com 571 degraus e 118m de inclinação, o Cascade é um complexo de galerias de obras de arte expostas ao ar livre ou nos pavilhões do monumento.

Em um dos montes que se erguem sobre a cidade, no lado oposto do Ararat, a estátua da Mãe Armênia pode ser vista de vários pontos, fazendo alusão à paz obtida por meio da força. Em 1962, a peça foi colocada no lugar de uma estátua gigante do ex-líder soviético Joseph Stálin. Sinal dos novos tempos.

O repórter viajou a convite da União Geral Armênia de Beneficiência (UGAB Brasil)

Fonte: correiobraziliense

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