20 de Maio de 2024

Alimentos da Nestlé para bebês em países pobres têm açúcar elevado, diz ONG


As duas principais marcas de alimentos para bebês e crianças que a Nestlé promove como saudáveis e essenciais para o desenvolvimento das crianças em países de baixo e médio rendimento, incluindo o Brasil, contêm elevados níveis de açúcar adicionado. A afirmação consta no relatório das ONGs internacionais Public Eye e Ibfan, publicado na última quarta-feira (17/4).

O levantamento é referente aos produtos Nido (ou Ninho) e Cerelac (ou Mucilon). Em alguns mercados da Europa, inclusive na Suíça, onde fica a sede da empresa, os alimentos são comercializados sem adição de açúcar.

"Na Suíça, a Nestlé promove os seus cereais 'sabor biscoito' para bebês de seis meses com as palavras 'sem adição de açúcar'; enquanto no Senegal ou na África do Sul, cereais Cerelac do mesmo sabor contêm 6 gramas de açúcar adicionado por porção", diz o relatório.

As ONGs também apontam que no Brasil, que é o segundo maior mercado do mundo, com vendas de cerca de US$ 150 milhões em 2022, três quartos dos cereais infantis da marca Cerelac (conhecidos como Mucilon) têm adição de açúcar, sendo três gramas por porção em média.

"Na Índia, onde as vendas ultrapassaram 250 milhões de dólares em 2022, todos os cereais infantis Cerelac contêm açúcar adicionado – quase três gramas por porção, em média. Com quatro ou mais gramas de açúcar adicionado por porção, a situação na África do Sul, o principal mercado de produtos Cerelac no continente africano, é ainda mais preocupante", cita o levantamento.

Já no caso do Ninho, no Brasil o produto não tem adição de açúcar. No entanto em outros países  omo Nigéria, Senegal, Bangladesh e África do Sul – onde Nido é uma das marcas mais populares – todos os produtos para crianças de um a três anos contêm açúcar adicionado.

Ao Correio, a Nestlé afirmou que a empresa acredita na qualidade nutricional dos produtos para a primeira infância e que prioriza a utilização de ingredientes de alta qualidade e adaptados ao crescimento e desenvolvimento das crianças.

"Aplicamos os mesmos princípios de nutrição, saúde e bem-estar em todos os lugares onde operamos. As categorias de alimentos infantis são altamente regulamentadas. Nosso portfólio segue tais regulamentações locais (Anvisa) e/ou padrões internacionais (OMS), incluindo requisitos de rotulagem e limites de carboidratos - que incluem açúcares. Além disso, declaramos os açúcares totais e adicionados dos nossos produtos", disse.

De acordo com a Nestlé, durante a última década, a empresa diminuiu em 11% a quantidade total de açúcares adicionados no portfólio de cereais infantis em todo o mundo. "Também continuaremos inovando e reformulando nossos produtos para reduzir ainda mais o nível de açúcares adicionados sem comprometer a qualidade, a segurança e o sabor", garante.

"No Brasil, Mucilon possui em seu portfólio itens sem e com açúcares adicionados, de acordo com os limites estabelecidos como seguros pela Anvisa. Já Ninho não contém açúcares adicionados como sacarose e xarope de glicose. Variações nas receitas entre países dependem de vários fatores, incluindo regulamentos e disponibilidade de ingredientes, por exemplo, e não comprometem a qualidade e a segurança dos nossos produtos. Apoiamos a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses de vida, seguida pela introdução de alimentos complementares adequados, juntamente com a amamentação sustentada até aos dois anos de idade ou mais", emenda a Nestlé.

O relatório intitulado Como a Nestlé está viciando crianças em açúcar em países de baixo rendimento pode ser acessado na íntegra neste link.

Fonte: correiobraziliense

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