21 de Setembro de 2024

Quem foi São Jorge, padroeiro do Rio de Janeiro e da Inglaterra


O texto abaixo foi publicado originalmente em 23/04/2019 e republicado em 23/04/2024.

O Dia de São Jorge é o dia do santo padroeiro da Inglaterra e do Estado do Rio de Janeiro, comemorado no 23 de abril de cada ano. Mas quem era o soldado matador de dragões que se tornou o padroeiro de diversos países, estados e cidades?

"É praticamente certo de que ele era uma figura histórica real — provavelmente um soldado romano cristão chamado Georgios", diz Michael Carter, historiador da English Heritage.

Ele provavelmente nasceu na Capadócia, na Turquia, por volta de 260 d.C., e morreu como mártir em Nicomédia, ou Lida, atualmente em Israel, na província romana da Palestina em 300 d.C., diz o pesquisador.

O dia do santo guerreiro costuma ser comemorado no Rio com missas em igrejas e na catedral da capital fluminense, além de cerimônias de devotos de São Jorge no mundo da música, especialmente do samba.

"Ele é um santo glamuroso. Dizem que ele era muito bonito, montado em seu cavalo matando um dragão", afirma Carter.

"Sua história é algo que cruza culturas e períodos", acrescenta o historiador. Ele representa honra, coragem e ele tinha associações reais e militares.

"Há muito em sua lenda que reflete os valores ingleses." Ele realmente é um patrono da Grã-Bretanha moderna, sendo bastante diversificado e internacional.

Esta história foi ambientada em Silene, na Líbia, que estava sendo aterrorizada por um feroz dragão do mar, de acordo com Candida Moss, professora de Novo Testamento e Cristianismo Primitivo da Universidade Notre Dame.

"Os habitantes da cidade tinham, sob o comando do rei, dado seus filhos para serem devorados pelo dragão até que finalmente chegasse a hora de a própria filha do rei ser sacrificada", disse ela à BBC.

"Jorge, no entanto, interveio, prometendo ao rei que, se todos fossem batizados, ele mataria o dragão." O rei teria atendido o pedido, George matou o dragão e todos foram salvos.

A lenda traz ideias de incorporação do bem e do mal, e combate entre heróis e monstros, explica Carter. "É basicamente um arquétipo, o bem derrota o mal."

Por ordem do imperador romano Diocleciano havia uma perseguição contra cristãos, mas São Jorge teria se recusado a renegar a sua fé e a fazer um sacrifício aos deuses pagãos, conta Carter.

"Algumas histórias dizem que ele foi torturado por sete anos, durante os quais todas as formas de horror foram usadas contra ele", disse Carter. "Ele foi crucificado, torturado, espancado, fervido vivo e envenenado."

"A lenda diz que ele morreu três vezes e foi trazido de volta à vida por São Miguel, antes de ser, finalmente, decapitado."

"Logo após sua morte, Jorge foi venerado como um santo, com um dia de festa no dia 23 de abril, o suposto dia do seu martírio", explica Carter.

Ele também é padroeiro de Aragão, Catalunha, Geórgia, Lituânia, Palestina, Portugal, Alemanha, Grécia, Moscou, Istambul, Gênova e Veneza — atrás de São Marcos na cidade italiana.

Após a Batalha de Agincourt em 1415, o Dia de São Jorge tornou-se um dos dias de festa mais importantes do calendário inglês, afirma Carter.

"E em 1399 sua festa foi elevada a um feriado no mesmo nível do Natal."

"Mas devido à formação da identidade nacional inglesa após a reforma protestante, os santos caíram em desgraça e não recuperaram a sua importância."

Fonte: correiobraziliense

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