22 de Novembro de 2024

Uso de IA no turismo ainda enfrenta desafios, diz diretor da Embratur


O caminho para o sucesso da inteligência artificial no turismo brasileiro envolve desafios que ainda carecem de solução prática, avalia o diretor de Gestão e Inovação da Embratur, Roberto Gevaerd. Segundo ele, o Brasil tem um potencial econômico em todas as áreas do setor, o que não pode ser deixado em segundo plano.

“A gente acaba pensando no turismo só no momento de lazer, quando a gente tira férias. Então, a gente perde um pouco a perspectiva econômica do turismo e por isso que a gente tem feito esse movimento de dialogar com o setor de tecnologia, conversando com todas as áreas e as ferramentas de inteligência artificial”, comentou o diretor, nesta terça-feira (30/4), durante painel do Correio Debate —  Inteligência Artificial: os impactos no mercado brasileiro, evento promovido pelo Correio Braziliense em parceria com o Sebrae.

No painel, o diretor da Embratur citou algumas tecnologias já disponíveis no mercado que podem auxiliar no processo de modernização do turismo, através da inteligência artificial.

Entre elas, há o uso de chatbots — como o Chat GPT, da Open AI, e o Gemini, do Google — que conseguem montar roteiros personalizados de viagens, baseados na experiência de outros turistas. “Hoje em dia você já consegue criar com os chats, uma experiência, e um roteiro de viagens, que a gente chama de ‘ultra personalizado’, Você diz o que quer, o que gosta ou não gosta, o horário que você quer dormir, qual horários que você quer deslocar, e ele vai montando um roteiro para você”, relatou.

De acordo com o diretor, os dois principais desafios para o uso de tecnologias que envolvem a inteligência artificial no Brasil são a baixa cultura de inovação e um mercado bastante fragmentado, com uma multiplicidade de micro e pequenas empresas. Apesar disso, o diretor avalia que ainda há muito espaço para o crescimento do segmento no país.

No ano passado, foram contabilizados cerca de 7,8 milhões de empregos diretos pelo turismo no Brasil. Além disso, mais de 500 atividades econômicas integram esse setor, que foi responsável por 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país no ano passado, o que representa R$ 146 bilhões. Os dados foram levantados pela própria Embratur.

Atualmente, a IA é muito utilizada no setor do turismo para o planejamento de viagens, facilidade para a chegada, melhoria da experiência turística e, até mesmo, para viajar virtualmente para destinos. Para os operadores, a tecnologia pode aprimorar a prestação de serviço e a experiência do turista, bem como atingir o turista alvo, realizar estudos de precificação, implementar inventário e maximizar o retorno do investimento (ROI), entre outras funcionalidades.

Para contornar os desafios existentes, o diretor avalia que devem ser levados em conta quatro componentes principais: a alta competitividade, a criação de novos produtos, a melhora da experiência do turismo e a sustentabilidade.

Em 2023, a Embratur reorganizou a própria estrutura, com a criação de quatro novas áreas — sustentabilidade, dados, transformação digital e Embratur LAB. Esta última é utilizada como um laboratório para testar as funcionalidades de novas tecnologias no turismo, a exemplo das que envolvem inteligência artificial.

“A gente (Embratur) entendeu que, no caso da promoção internacional, é fundamental que a gente se aproxime, dialogue e use essas novas ferramentas de tecnologia e de inteligência artificial”, explicou o diretor. O trabalho de digitalização da agência envolve grandes empresas, como o Google e o AirBnB, além de parceria com universidades do Rio de Janeiro, como a PUC Rio, UFRRJ e UFRJ, para o estímulo à inovação.

Fonte: correiobraziliense

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