22 de Novembro de 2024

Como avisar para uma pessoa que ela tem mau hálito? Especialista dá dicas


Avisar alguém sobre mau hálito pode ser uma tarefa delicada e desconfortável, mas é uma conversa necessária para o bem-estar e a saúde da pessoa afetada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a halitose, ou mau hálito, é um problema que atinge aproximadamente 30% da população brasileira, o que equivale a cerca de 50 milhões de pessoas. Estima-se ainda que cerca de 40% das pessoas sofram com o problema em algum momento da vida.

Especialistas apontam que abordar o assunto com sensibilidade e empatia é crucial e que existem estratégias eficazes para lidar com essa situação de forma construtiva e respeitosa. “Eu sugiro que a pessoa que irá avisar escolha o momento certo e fale com a pessoa em particular, longe de outras pessoas, para evitar constrangimentos desnecessários”, alerta o mestre e doutor em perio-implantodontia e diretor da Faculdade Aria de Odontologia, Alessandro Januário.

“Use uma abordagem direta, mas cuidadosa. Algo como: 'Eu sei que isso pode ser constrangedor, mas como amigo, achei importante te avisar que seu hálito não está muito bom hoje. Talvez você deve procurar o seu dentista para verificar esta questão'. Mas tudo se resume a você ter empatia e cuidado para evitar uma situação desagradável. Vale ressaltar que ir ao dentista deve ser um hábito rotineiro, assim o seu dentista poderá prevenir e orientá-lo no combate ao mal”, complementa Alessandro. 

Em relação à questão de saúde, o Januário explica que embora a halitose possa ter diversas causas, na maioria dos casos (cerca de 90%), o problema se origina na boca. “Podemos destacar que as doenças periodontais, como a gengivite provocada pela falta de higiene correta da boca e dos dentes, cáries e a alteração do padrão salivar estão entre os fatores que contribuem para a doença. Mas a halitose em 10% dos casos também pode ter causas sistêmicas como doenças renais, sinusites, problemas respiratórios e amigdalites frequentes”, relata o especialista.

Outro ponto que pode contribuir para o mau cheiro é o jejum prolongado e, segundo o especialista, a maioria das pessoas que têm mau hálito não percebe. "Existe um fenômeno conhecido como fadiga olfatória, que ocorre quando um indivíduo se acostuma com um determinado odor. Esse princípio aplica-se a qualquer cheiro que a pessoa esteja frequentemente exposta. Com o tempo, e geralmente de forma bastante rápida, o indivíduo deixa de perceber esse odor, tornando-o praticamente imperceptível para si mesmo. Esse mecanismo explica por que muitas pessoas não percebem que estão com mau hálito, apesar de ser evidente para aqueles ao seu redor”, explica Alessandro. 

O mau hálito pode ter um impacto negativo na vida das pessoas, causando constrangimento e insegurança nas relações interpessoais, afetando a vida social e profissional. O especialista em perio-implantodontia reforça que é importante tomar cuidado com soluções que podem mascarar o problema. “O enxaguante bucal assim como o chiclete só disfarçam a halitose e não resolve a situação. É fundamental procurar o dentista para identificar as causas do problema e tratá-lo de forma eficaz”, finaliza o dentista.

Para evitar o problema, é indicado que escove os dentes pelo menos duas vezes ao dia por dois minutos, utilizando uma escova de cerdas macias e creme dental com flúor. Outra dica é usar o fio dental diariamente para remover os restos de alimentos e placa bacteriana dos espaços entre os dentes, onde a escova de dentes não alcança, além de utilizar um raspador de língua ou a parte de trás da escova de dentes para remover a saburra lingual.

Entre outros hábitos importantes, o dentista destaca a ingestão de água. “A água ajuda a manter a boca hidratada e a estimular a produção de saliva. Evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas em excesso também é importante, o fumo e o álcool são prejudiciais à saúde bucal e podem causar mau hálito”, explica o dentista, ressaltando a importância de visitar um profissional regularmente para realizar check-ups e limpezas bucais profissionais pelo menos a cada seis meses.


Fonte: correiobraziliense

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