Isabele trabalha sozinha e lida com o desafio de coordenar todas as frentes de um negócio sem nunca ter empreendido. Assim como o BotoID, boa parte dos empreendimentos de varejo com foco em confecção e venda de vestuário são exercidos por Microempreendedores Individuais (MEIS). Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os MEIS correspondem a 10% desse mercado.
Os empregos no setor têxtil têm apresentado crescimento no país e tiveram um saldo de 17 mil vagas formais no primeiro trimestre do ano, conforme dados do CAGED. No entanto, os empresários do setor afirmam que a indústria de confecções tem enfrentado dificuldades em função da falta de tributação às empresas estrangeiras de e-commerce.
O segmento busca, junto ao Congresso e ao governo, um ambiente de negócios mais favorável com menores encargos e igualdade tributária entre empresas brasileiras e internacionais.
A Associação Brasileira de Indústria Têxtil (ABIT) afirma que há mais de 200 anos as empresas de confecção produzem roupas para brasileiros de todas as classes sociais e com preços compatíveis. E atende 80% do mercado interno atualmente. A Associação afirma que a falta de equidade prejudica o mercado nacional e pode impactar diretamente a geração de empregos. "Não queremos que os sites sejam onerados. Nosso propósito prioritário é a redução da carga tributária para todos. Mas, se a indústria e o varejo nacionais não tiverem a taxação reduzida, a isenção às plataformas internacionais não pode continuar, pois não temos como pagar tanto enquanto os estrangeiros beneficiam-se de um generoso privilégio fiscal. Também utilizamos o e-commerce no Brasil, mas não temos isenção de impostos federais. Igualdade de condições é crucial! Tal desequilíbrio está provocando a queda de produção e aumento do desemprego", reflete Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
Já a Confederação Nacional do Comércio (CNC) aponta que em 2023 a importação de roupas com isenção de impostos aumentou 407% e mais da metade das peças são originárias da China. Alinhada com o entendimento da ABIT, a CNC também busca equilíbrio e simetria para garantir que as empresas brasileiras possam concorrer em pé de igualdade com as empresas internacionais. "Dar uma condição de competitividade ao empresário chinês que o empresário brasileiro não possui ameaça a capacidade de geração de emprego aqui em território nacional”, comenta o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.
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