Pesquisas apresentadas na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), em Chicago, nos Estados Unidos, revelam a eficácia de novos medicamentos contra tumores de pulmão. O ensaio LAURA, primeiro de fase 3 a avaliar um agente direcionado após quimiorradioterapia (CRT) no câncer pulmonar de células não pequenas avançado, descobriu que o medicamento osimertinibe aumentou em quase sete vezes a sobrevida livre de progressão dos pacientes.
O trabalho ADRIATIC, primeira novidade do gênero em duas décadas para o câncer de pulmão de pequenas células, mostrou que o imunoterápico durvalumabe reduziu o risco de morte em 27% comparado ao placebo.O trabalho envolveu 216 pessoas de 17 países, divididas para receber a droga oral ou o placebo.
O estudo apontou que a mediana de sobrevida livre de progressão da doença em pessoas que usaram ositmertinibe foi de cerca de 39 meses, em comparação a seis meses em quem usou placebo, uma taxa quase sete vezes maior. Depois de 12 meses, 74% daqueles submetidos ao medicamento não apresentavam progressão da doença, ante 22% dos outros voluntários.
A incidência global de novas lesões foi de 22% com osimertinib contra 68% no outro grupo. Novos danos cerebrais foram observados em 8% dos pacientes que receberam o medicamento e em 29% dos que foram submetidos ao placebo.
William Nassib William Junior, líder nacional da especialidade tumores torácicos da Oncoclínicas, que participou da sessão sobre o tema, afirma que o benefício foi consistente em todos os subgrupos, o que redefine o paradigma de tratamento para esse tipo de doença. "Os resultados do LAURA redefinem o paradigma de tratamento, demonstrando que o osimertinib supera significativamente a imunoterapia para pacientes com mutação EGFR — avaliada no ensaio."
Ao melhorar de forma significativa a sobrevida livre da progressão de doença de pacientes com de câncer de pulmão de não pequenas células localmente avançado, o medicamento osimertinibe foi estabelecido como novo padrão de cuidados para esse tipo de tumor.
Mauro Zukin, oncologista da Oncologia D'Or, e participante do congresso, frisa a importância dessa terapia no cenário atual. "Ela muda o trajeto da doença, a evolução. Esse deve ser o novo padrão de tratamento. Por isso que essa publicação é muito importante, muda a medicina, é um avanço no tratamento do câncer de pulmão."
O câncer de pulmão de pequenas células representa cerca de 15% dos casos de carcinoma que afetam órgão. Apesar de incomum, é muito agressivo. O estudo multicêntrico ADRIATIC analisou a eficácia do medicamento imunoterápico durvalumabe no tratamento em fase inicial desses pacientes, um cenário que não é renovado há quase 20 anos.
O ensaio de fase 3 avaliou a terapia com durvalumabe, na forma de solução injetável para infusão intravenosa, em comparação ao placebo no tratamento de 730 pacientes com câncer de pulmão de pequenas células em fase inicial. A droga reduziu o risco de morte em 27% em relação ao placebo.
A média de sobrevida estimada dos que tomaram a terapia foi de 55,9 meses e de 33,4 meses para os que receberam placebo, um ganho de mais de três anos. É estimado que 57% dos pacientes tratados com o medicamento estavam vivos aos três anos, em comparação com 48% que receberam placebo.
"O trabalho mostra o benefício significativo e esse deve ser o novo padrão de tratamento em câncer de pulmão de pequenas células, uma doença limitada. A imunoterapia está cada vez mais fazendo parte do cenário dessa patologia", frisou, entusiasmado Mauro Zukin. Segundo o oncologista da D'Or, cerca de 17 mil acompanhavam a apresentação.
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