14 de Novembro de 2024

Novos medicamentos podem trazer revolução no combate ao câncer de pulmão


Pesquisas apresentadas na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), em Chicago, nos Estados Unidos, revelam a eficácia de novos medicamentos contra tumores de pulmão. O ensaio LAURA, primeiro de fase 3 a avaliar um agente direcionado após quimiorradioterapia (CRT) no câncer pulmonar de células não pequenas avançado, descobriu que o medicamento osimertinibe aumentou em quase sete vezes a sobrevida livre de progressão dos pacientes.

O trabalho ADRIATIC, primeira novidade do gênero em duas décadas para o câncer de pulmão de pequenas células, mostrou que o imunoterápico durvalumabe reduziu o risco de morte em 27% comparado ao placebo.O trabalho envolveu 216 pessoas de 17 países, divididas para receber a droga oral ou o placebo.

O estudo apontou que a mediana de sobrevida livre de progressão da doença em pessoas que usaram ositmertinibe foi de cerca de 39 meses, em comparação a seis meses em quem usou placebo, uma taxa quase sete vezes maior. Depois de 12 meses, 74% daqueles submetidos ao medicamento não apresentavam progressão da doença, ante 22% dos outros voluntários.

A incidência global de novas lesões foi de 22% com osimertinib contra 68% no outro grupo. Novos danos cerebrais foram observados em 8% dos pacientes que receberam o medicamento e em 29% dos que foram submetidos ao placebo.

William Nassib William Junior, líder nacional da especialidade tumores torácicos da Oncoclínicas, que participou da sessão sobre o tema, afirma que o benefício foi consistente em todos os subgrupos, o que redefine o paradigma de tratamento para esse tipo de doença. "Os resultados do LAURA redefinem o paradigma de tratamento, demonstrando que o osimertinib supera significativamente a imunoterapia para pacientes com mutação EGFR — avaliada no ensaio."

Ao melhorar de forma significativa a sobrevida livre da progressão de doença de pacientes com de câncer de pulmão de não pequenas células localmente avançado, o medicamento osimertinibe foi estabelecido como novo padrão de cuidados para esse tipo de tumor.

Mauro Zukin, oncologista da Oncologia D'Or, e participante do congresso, frisa a importância dessa terapia no cenário atual. "Ela muda o trajeto da doença, a evolução. Esse deve ser o novo padrão de tratamento. Por isso que essa publicação é muito importante, muda a medicina, é um avanço no tratamento do câncer de pulmão."

O câncer de pulmão de pequenas células representa cerca de 15% dos casos de carcinoma que afetam órgão. Apesar de incomum, é muito agressivo. O estudo multicêntrico ADRIATIC analisou a eficácia do medicamento imunoterápico durvalumabe no tratamento em fase inicial desses pacientes, um cenário que não é renovado há quase 20 anos.

O ensaio de fase 3 avaliou a terapia com durvalumabe, na forma de solução injetável para infusão intravenosa, em comparação ao placebo no tratamento de 730 pacientes com câncer de pulmão de pequenas células em fase inicial. A droga reduziu o risco de morte em 27% em relação ao placebo.

A média de sobrevida estimada dos que tomaram a terapia foi de 55,9 meses e de 33,4 meses para os que receberam placebo, um ganho de mais de três anos. É estimado que 57% dos pacientes tratados com o medicamento estavam vivos aos três anos, em comparação com 48% que receberam placebo.

"O trabalho mostra o benefício significativo e esse deve ser o novo padrão de tratamento em câncer de pulmão de pequenas células, uma doença limitada. A imunoterapia está cada vez mais fazendo parte do cenário dessa patologia", frisou, entusiasmado Mauro Zukin. Segundo o oncologista da D'Or, cerca de 17 mil acompanhavam a apresentação.

 


Liderado pelo oncologista brasileiro Fernando Maluf e realizada pelo Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG), o estudo clínico HERCULES - LACOG 0218 acompanhou 33 pacientes para avaliar se o uso de imunoterapia associada à quimioterapia tradicional é eficaz e seguro como terapia de primeira linha no tratamento do câncer de pênis avançado. Os resultados mostraram que 75% dos participantes tiveram algum grau de redução do volume tumoral, e que 39,4% deles apresentaram uma diminuição significativa. Os resultados revelam o benefício do novo esquema de tratamento avaliado.

Ao longo do percurso, os pacientes foram acompanhados, com exames de imagem a cada seis semanas. Eles receberam imunoterapia e quimioterapia em seis aplicações, seguido de imunoterapia até completar 34 aplicações.

"Os resultados não são apenas uma vitória para a ciência brasileira, mas também uma prova de que a pesquisa clínica pode e deve olhar para as populações mais vulneráveis", frisou Maluf, em nota. "O sucesso deste estudo demonstra que investir em inovação para todos gera resultados significativos, beneficiando não apenas os pacientes envolvidos diretamente, mas também a comunidade global, já que vamos mudar o tratamento desta doença em todo mundo", afirmou o líder do estudo.

Além disso, dois marcadores foram identificados por meio de exames nas amostras tumorais que são potenciais preditores de melhor resposta ao tratamento, são o P16 e o TMB. Pacientes com P16 positivo e TMB alto tiveram taxa de respostas para redução do volume tumoral, de 55,6% e 75%, respectivamente.

"É crucial entender que os ensaios clínicos são os alicerces do desenvolvimento de futuros medicamentos e terapias. Para o HERCULES - LACOG 0218, abrimos centros de pesquisa em hospitais do norte ao sul do Brasil. Hoje, o LACOG tem ampla capacidade de capilaridade no Brasil e na América Latina, realizando estudos com diferentes complexidades", explicou, em comunicado, Gustavo Werutsky, diretor-executivo do LACOG.

Fonte: correiobraziliense

Participe do nosso grupo no whatsapp clicando nesse link

Participe do nosso canal no telegram clicando nesse link

Assine nossa newsletter
Publicidade - OTZAds
Whats

Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.