O papa Francisco, cujos milhões de concidadãos argentinos sofrem de pobreza, disse nesta quarta-feira (5) que os governos que enfrentam problemas de dívida não podem impor ao seu povo "privações incompatíveis com a dignidade humana".
"Depois de uma globalização mal administrada, depois da pandemia e das guerras, nos encontramos perante uma crise de dívidas que afeta principalmente os países do sul do mundo, gerando miséria e angústia, e privando milhões de pessoas da possibilidade de um futuro digno", lamentou Jorge Bergoglio durante uma audiência no Vaticano com participantes de uma conferência intitulada "A Crise da Dívida no Sul Global".
"Consequentemente, nenhum governo pode exigir moralmente que o seu povo sofra privações incompatíveis com a dignidade humana", acrescentou Francisco, sem citar nenhum país específico.
Apelando a uma "responsabilidade compartilhada" entre quem financia e quem recebe, o pontífice defendeu "um mecanismo multinacional, baseado na solidariedade e na harmonia dos povos" que leve em conta as "implicações econômicas, financeiras e sociais" do endividamento.
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