04 de Julho de 2024

'O atual modelo está esgotado', diz Efraim Filho sobre tributação no Brasil


Apesar das divergências em torno do tamanho da alíquota do Imposto de Valor Agregado (IVA) dual criado com a mudança do modelo de tributação sobre o consumo, o senador Efraim Filho (União-PB), coordenador do grupo de trabalho da reforma tributária no Senado Federal, ressaltou que um grande avanço foi conquistado com a aprovação da matéria pelo Congresso Nacional e que agora passa pelo processo de regulamentação pelo Legislativo.

“Entre tantas divergências que existiam, uma convergência me parece que é inquestionável, que é a que o atual modelo está esgotado. Ele é arcaico, obsoleto, ultrapassado, só atrapalha quem quer produzir, e nos joga nas últimas posições do ranking doing business como um dos piores ambientes para se fazer negócio no mundo”, afirmou o senador, nesta quarta-feira (05/6), do seminário CB.Fórum, “Impactos da Reforma Tributária na Economia e na Segurança Pública”, promovido pelo Correio Braziliense, em parceria com o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), na sede do jornal.

O parlamentar reconheceu que a alíquota do novo IVA dual, sendo um federal, a Contribuição sobre Bens e Serviços (IBS); e outro regional, o Imposto sobre Bens e Consumo (IBS), que estão em processo de regulamentação, é elevada. Segundo ele, esse problema, em grande parte, ocorre devido às exceções que acabaram sendo incluídas na reforma, mas é possível, com a alternância de governos, que isso seja melhorado e o Brasil não precisará ter o maior IVA do mundo.

“Concordo. A alíquota é um grande problema, mas é o mais fácil de ser mudado. O Brasil tem alternância de poder. É uma decisão política, é uma decisão de governo. Eu vou ter um Estado mais um enxuto menor que diversos deputados e que vai fazer essa liga aí maior”, afirmou.

Na avaliação do senador, essa, aliás, será, talvez, a grande inovação dos futuros debates presidenciais, especialmente, até dos governos estaduais, “que não são possíveis que existam hoje”.
“O novo modelo (tributário) traz algo chamado transparência, vai inserir na sociedade brasileira a cidadania fiscal. As pessoas vão poder discutir que modelo de governo vai fazer o pagamento dos impostos. Essa discussão não existe hoje”, afirmou.

E, dentro do debate da alíquota, Efraim Filho ainda defendeu que o Imposto Seletivo seja utilizado para corrigir distorções, apenas. “O Imposto Seletivo foi um grande debate e na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o grupo de trabalho sempre defendeu que esse tributo não pode ter fins arrecadatórios, mas sim fins regulatórios. E ele não pode ser feito simplesmente para aumentar a arrecadação do governo”, frisou.


O parlamentar também elogiou os empreendedores que conseguem no meio do que ele denominou “manicômio tributário". Para ele, os empresários nacionais são “herois da resistência ".É lógico que com tantos anos de convivência com esse manicômio tributário, faz com que o empreendedor tenha um certo receio de dar um passo adiante, um passo no escuro. Porque, o nosso sistema, de tão complexo que é, até o simples é complicado”, ressaltou.

Fonte: correiobraziliense

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