19 de Setembro de 2024

Maio é o 12º mês consecutivo com registro de recorde de calor


Um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial alerta que há uma probabilidade de 80% de a temperatura média global dos próximos quatro anos ultrapassar 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais. Esse é o limite máximo que deveria ser atingido em 2100, segundo o Acordo de Paris. Contudo, embora o dado seja preocupante, o organismo da ONU afirma que o aumento é temporário e não configura uma violação permanente da meta firmada na capital francesa em 2015. 

Estudo apresenta nova abordagem para tratamento de melanona

Novos medicamentos podem trazer revolução no combate ao câncer de pulmão

A divulgação coincide com um discurso do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, sobre o Dia Internacional do Meio Ambiente. O líder pediu a proibição da publicidade do petróleo, gás e carvão — principais causas do aquecimento global. "Exorto todos os países a proibirem a publicidade de empresas de combustíveis fósseis, assim como a de outros produtos que prejudicam a saúde, como o tabaco", declarou António Guterres. "Na questão do clima, não somos os dinossauros. Somos o meteorito. Não estamos apenas em perigo. Somos o perigo."

Às vésperas da reunião do G-7 na Itália, entre 13 e 15 de junho, o dirigente da ONU aproveitou para cobrar dos governos ações climáticas mais ambiciosas. "Estamos jogando roleta russa com o nosso planeta. A batalha para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC será vencida ou perdida na década de 2020 — sob a vigilância dos líderes de hoje." Prevista para iniciar dia 13, também está próxima a Conferência Climática de Bonn, na Alemanha, um preparatório para a COP29, que será realizada no fim do ano no Azerbaijão. 

O relatório da OMM prevê que a temperatura média global na superfície entre 2024 e 2028 seja entre 1,1°C e 1,9°C superior à linha de base de 1850-1900. O documento também afirma que é provável (86%) que pelo menos um deses anos estabeleça um novo recorde de temperatura, superando 2023, que é atualmente o mais quente da história. 

Segundo o serviço meteorológico Copernicus, da União Europeia, maio bateu mais um recorde de calor, completando 12 meses consecutivos de aumento da temperatura. Entre junho de 2023 e o mês passado, a média global ficou em 1,63ºC acima do registrado entre 1850-1900. 

"Por trás dessas estatísticas, está a triste realidade de que estamos muito longe de cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris", disse o secretário-geral adjunto da OMM, Ko Barrett, em um comunicado à imprensa.

"Temos urgentemente de fazer mais para reduzir as emissões de gases de efeito de estufa, ou pagaremos um preço cada vez mais elevado em termos de biliões de dólares em custos econômicos, milhões de vidas afetadas por condições meteorológicas mais extremas e danos extensos ao ambiente e à biodiversidade", acrescentou Barrett no mesmo documento.

No Acordo de Paris, os signatários se comprometeram a manter a temperatura média global da superfície a longo prazo abaixo dos 2°C — acima dos níveis pré-industriais e em prosseguir esforços para limitá-la a 1,5°C até ao fim do século. A comunidade científica tem alertado repetidamente que um aquecimento superior a 1,5°C poderá desencadear impactos muito mais graves das alterações climáticas. 

A temperatura global do ano passado foi impulsionada por um forte El Niño. Uma nova atualização da OMM prevê a chegada da La Niña e um regresso a condições mais frias no Pacífico tropical no curto prazo. Porém, o organismo alerta que os recordes de calor esperados para os próximos cinco anos refletem o aquecimento contínuo causado pelos gases com efeito de estufa. 

"Vivemos em tempos sem precedentes, mas também temos competências sem precedentes na monitorização do clima e isso pode ajudar a direcionar nossas ações", acredita Carlo Buontempo, diretor do serviço Coperincus para Mudanças Climáticas. "Uma série de meses mais quentes será lembrada como comparativamente fria, mas se conseguirmos estabilizar as concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera num futuro muito próximo, poderemos regressar a essas temperaturas 'frias' até o fim do século."

Um grupo internacional de cientistas afirma, em um artigo publicado na revista Environmental Research Letters, que a compreensão limitada dos processos básicos oceânicos impede o progresso de remoção de CO2 marinho, com abordagens “prematuras e equivocadas” sendo anunciadas com frequência. No artigo, os pesquisadores analisam a eficácia climática de quatro técnicas baseadas na natureza que utilizam processos biológicos marinhos.

Fonte: correiobraziliense

Participe do nosso grupo no whatsapp clicando nesse link

Participe do nosso canal no telegram clicando nesse link

Assine nossa newsletter
Publicidade - OTZAds
Whats

Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.