Pressionado por demandas crescentes por aumento dos gastos públicos e com restrições para conseguir novas fontes de receita, o Brasil não voltará a ter superávit primário tão cedo. A afirmação é da coordenadora do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Silvia Matos, que participou ontem do 2.º Seminário de Análise Conjuntural, organizado pelo Ibre-FGV e pelo Estadão/Broadcast.
"Há dificuldade de ter mais receitas e de controlar gastos. Os problemas são complexos do ponto da economia política, o que aumenta muito os gastos das receitas recorrentes, e são gastos relacionados à transferência de renda", disse ela, citando ainda o aumento do déficit da Previdência, que subiu de cerca de R$ 100 bilhões há dez anos para mais de R$ 300 bilhões.
Banco Central
A política monetária e o combate à inflação também foram abordados no evento. O chefe do Centro de Estudos Monetários do Ibre-FGV, José Júlio Senna, afirmou que combate à inflação não pode ficar somente nos ombros do Banco Central, referindo-se às dificuldades que as incertezas fiscais trazem à condução da política monetária. "Os resultados seriam muito melhores se a política fiscal tivesse rumos diferentes dos que tem tomado."
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