A economia nordestina, medida pelo índice de atividade IBCR-NE do Banco Central (Bacen), avançou 3,2% no 1º trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior, superando o índice nacional de 1% de crescimento. Com esse resultado, o Nordeste foi a região que mais cresceu no nível de atividade econômica no país, seguida do Norte e Sudeste (ambas com índice de 3,1%) e Sul, com elevação de 1,4%. O Centro-Oeste não apresentou aumento da atividade econômica no período.
De acordo com análise do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), área de pesquisa do Banco do Nordeste (BNB), a atividade econômica nordestina no início do ano foi favorecida pelo avanço do Comércio e Serviços que foi impulsionado pelo consumo das famílias, como destacou ao Correio o gerente executivo do Etene, Allisson Martins.
"Sem dúvida a demanda, o consumo das famílias, foi o principal motor do crescimento da região. Estamos percebendo uma geração de empregos formais bem robusta, o aumento da renda real, e isso está possibilitando o consumo das famílias. Pela configuração econômica da nossa região, é o grande motor do nosso crescimento", disse o economista.
O volume de recursos aplicados no comércio e nos serviços pelo BNB cresceu em 47% no último período, o que confirma o cenário de melhora da região. O total em fomento foi de R$ 1,9 bilhão no 1° trimestre de 2023 para mais de R$ 2,8 bilhões no mesmo período de 2024.
Martins ainda aponta que, além do aumento no emprego formal e da elevação do rendimento médio real, o processo de desinflação tem colaborado com esse crescimento. "Em variáveis financeiras, a própria inadimplência no Nordeste, que usualmente é maior que a do Brasil, está apresentando uma tendência de baixa em função da melhora da renda da pessoa física", explica.
Entre os estados do Nordeste, foi o Ceará que apresentou o maior crescimento no índice de atividade econômica (4,4%) no primeiro trimestre de 2024, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O crescimento da economia cearense segue a tendência da região e se baseia no aumento no volume de vendas do comércio varejista (9,1%). A Bahia apresentou elevação de 3,1% no índice de atividade estadual, enquanto Pernambuco apresentou crescimento de 2,5%, pela ótica do índice de atividade econômica do Bacen.
Para o diretor de Planejamento do BNB, Aldemir Freire, o crescimento da região acontece por fatores conjunturais. "A nossa visão é de que o Nordeste vai liderar o crescimento brasileiro nos próximos 10 anos. Com a liderança na área de energia, a região concentra 80% dos novos investimentos do setor energético do país nos últimos anos, e essa tendência segue com a transição energética", observa.
"Eu garanto que não existe crescimento da economia brasileira sem passar pelo Nordeste. Não existe crescimento da indústria sem oferta de energia, e a energia limpa vai sair do Nordeste. Não existe crescimento sem oferta de comida, e a região tem a última grande fronteira agrícola do Brasil", comenta o executivo.
No próximo dia 19, o potencial econômico da região será tema do CB Debate. Com apoio do Banco do Nordeste, o encontro reunirá especialistas que explicarão por que o Nordeste deve ser visto como um motor de transformação social.
Os convidados abordarão políticas públicas, tendências e potencialidades naturais que contribuem para que a Região Nordeste implemente um maior desenvolvimento sustentável.
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.