O volume de pedidos de indenizações relacionados aos estragos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul aumentou em 132% entre os dias 24 de maio e 18 de junho, ultrapassando um valor total de R$ 3,9 bilhões. Os dados foram divulgados pelo presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo de Oliveira, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (19/6).
De acordo com o novo balanço, o número de acionamentos às seguradoras mais do que dobrou durante o período (+108,5%) — saltando de 23.441 para 48.870 incidências. O valor total de indenizações, que atingiu os R$ 3,9 bilhões, representou um crescimento de 132% frente aos R$ 1,67 bilhão registrados até 23 de maio.
“Esperávamos o crescimento considerável desse número, que ainda não é o valor final. Acreditamos que ainda deve continuar crescendo. A situação ainda não está estabilizada e isso manteve uma continuidade no processo de avisos dos sinistros”, explicou Dyogo de Oliveira.
Dentre o valor das solicitações, o maior crescimento envolve seguros de grande risco. O valor total de indenizações solicitadas por grandes empresas passou de R$ 815 milhões para R$ 1,322 bilhão. O mercado agrícola mostrou o maior aumento quantitativo de pedidos (+84%), passando de 993 para 2.215.
Os acionamentos de seguros residenciais e de veículos também sofreram altas. Durante o mês, o número total de pedidos por sinistros em veículos passou de 8.216 para 19.067 — atingindo um valor total de R$ 1,28 bilhão —, enquanto os sinistros em residências passaram de 11.396 para 22.673 — atingindo um valor total de R$ 523,7 milhões.
Segundo o presidente da CNseg, as empresas seguradoras possuem totais condições de honrar os compromissos com os segurados, o que não deve representar dificuldades. Ele apontou, também, que vários dos produtos de seguros oferecidos por essas empresas possuem cobertura para eventos climáticos — como chuvas, vendavais, granizo, entre outros.
“Além das reservas técnicas, as empresas contam com ativos financeiros próprios e resseguros nacional e internacional. São valores perfeitamente cabíveis e as seguradoras estão preparadas para cumprir os pagamentos”, garantiu Dyogo Oliveira.
Ainda de acordo com Oliveira, a volta das chuvas e a nova elevação do rio Guaíba nos últimos dias poderão dar origem a novos montantes e resultados numéricos no futuro. Para ele, mesmo sem a apresentação de uma perspectiva final, o desastre será confirmado como o "maior evento singular de impacto no mercado de seguros da história do Brasil".
“Entretanto, ainda é cedo para falar sobre os seus efeitos. Por um lado, o Estado do Rio Grande do Sul deve ter uma queda na contratação de seguro neste momento, seguradoras e corretores estão operando com dificuldades. Por outro lado, isso funciona como um alerta para a necessidade de contratação do seguro, semelhante ao que aconteceu no pós-pandemia. As projeções da CNseg ainda não foram revistas”, completou.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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