09 de Julho de 2024

Fórum Econômico discute desafios para Acordo de Livre Comércio Mercosul-Canadá


O evento contou com a presença de mais de 150 pessoas, majoritariamente empresários com negócios no Canadá ou interessados em estabelecer relações comerciais com o país, que é o 10º maior destino das exportações do Brasil. Um dos temas centrais do evento foi justamente o Acordo Mercosul-Canadá, abordado no painel "Comércio Bilateral: oportunidades e desafios".

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O gerente de Comércio e Integração Internacional na Confederação Nacional da Indústria (CNI), Constanza Negri Biasutti, acredita que a concretização do acordo será importante  para a indústria brasileira. 

“Essa parceria comercial é particularmente relevante para a indústria brasileira, que vem perdendo participação no PIB e nas exportações de forma mais acentuada do que ocorre em outros países", afirmou.

Ela apresentou cálculos da CNI que mostram que o acesso às exportações globais do Brasil poderia aumentar de 8% para 11% com a finalização do acordo. “Para cada R$ 1 bilhão exportado pelo Brasil ao Canadá, são gerados 20 mil empregos", destacou, comparando esse número com as exportações para a União Europeia. 

“Há um claro interesse da indústria e grande expectativa para que as negociações avancem, e o acordo saia finalmente do papel”, completou.

A pesquisa do fórum também indicou que 66% dos entrevistados consideram o estímulo aos investimentos uma prioridade nas negociações do acordo. A abertura aos produtos do agronegócio, com a revisão de cotas de exportação, foi apontada como prioridade por 17%.

No entanto, os participantes também identificaram várias barreiras ao crescimento dos negócios internacionais. A instabilidade política e econômica foi mencionada por 39% dos entrevistados, enquanto 22% destacaram a insegurança jurídica e 17% apontaram a carga tributária como principal entrave.

O economista e ex-presidente do Insper Marcos Lisboa, presente no evento, traçou um panorama da economia brasileira, historicamente marcada por quedas e altas do PIB. “O setor privado não se atenta para a alta volatilidade da economia brasileira e, com isso, olha o investimento com foco no retorno médio e não cuida do risco de cauda", observou.

Lisboa também abordou a necessidade de uma agenda microeconômica para o crescimento do país, incluindo regras claras para o mercado de crédito, acesso a capitais e mudanças legislativas. 

“Os países crescem graças a grandes ideias, à inovação, que permite melhorias nos processos, à tecnologia e gestão, desde que as regras do jogo sejam adequadas”, resumiu.

O fluxo de comércio entre Brasil e Canadá fechou 2023 em US$ 9,15 bilhões, perto do recorde histórico de 2022. O embaixador do Brasil no Canadá, Carlos França, defendeu a integração de cadeias produtivas, como o aumento das exportações de urânio de Caetité, na Bahia, para a fabricação de pequenos reatores nucleares no Canadá, uma solução para a transição energética.

O embaixador do Canadá no Brasil, Emmanuel Kamarianakis, por sua vez, sublinhou o valor de ter o Brasil como parceiro comercial, atrás apenas dos Estados Unidos e México. “Esperamos seguir adiante com outros contratos de comércio, além daqueles fechados por meio da Embraer”, disse, destacando os investimentos bilaterais que totalizam cerca de 80 bilhões de dólares canadenses.

No painel “Investimentos: Explorando oportunidades e negócios”, a gerente do Departamento de Investimentos da ApexBrasil, Helena Bonna Brandão, explicou que a cooperação Brasil-Canadá tem sido em áreas como descarbonização, hidrogênio verde, transição energética, biocombustível, P&D e inovação. Segundo ela, desde 2012, o Canadá investiu US$ 23,7 bilhões no Brasil, gerando 5 mil empregos em quase 100 projetos.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

Fonte: correiobraziliense

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