Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas na madrugada de segunda-feira (1/7) quando um voo da companhia aérea Air Europa foi atingido por uma turbulência.
O avião — que saiu de Madri, na Espanha, com destino a Montevidéu, no Uruguai — precisou fazer um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Natal, no Rio Grande do Norte. Em entrevista à imprensa, alguns passageiros relataram momentos de pânico.
"Foi como um 'objeto de ar' que nos sugou. E o avião caiu 400 metros de uma vez", contou a estudante Victoria Reolato à TV Globo.
"Quem estava sem cinto voou [dentro do avião]. Foi impressionante. Mas foi um segundo também. Muito rápido. Não cheguei a dar conta do que se passou", acrescentou.
Em maio, uma pessoa morreu e mais de 30 ficaram feridas durante uma forte turbulência em um voo da Singapore Airlines. O avião, que ia de Londres para Cingapura, sofreu uma queda de altitude repentina que lançou pessoas e objetos pela cabine.
A suspeita é que a vítima, um homem britânico de 73 anos, tenha morrido de ataque cardíaco durante o incidente.
Os passageiros frequentes estão familiarizados com os solavancos repentinos que podem acontecer quando uma aeronave entra em área de turbulência. Ela pode mover o avião e causar mudanças repentinas de altura.
A maior parte da turbulência ocorre nas nuvens, onde há correntes de vento ascendentes e descendentes, de acordo com Simon King, da BBC Weather, ex-oficial da Força Aérea Real britânica.
Grande parte das turbulências são leves, mas em nuvens maiores — como a nuvem de trovoada cumulonimbus — os movimentos caóticos do ar podem causar turbulência moderada ou mesmo grave.
Existe outro tipo de turbulência chamada turbulência de "ar limpo" — que, como o nome indica, não tem nuvens e não pode ser detectada.
Esse tipo de turbulência acontece em torno da corrente de jato, um "rio" de ar de fluxo rápido que normalmente é encontrado entre 40 mil e 60 mil pés, diz o piloto acadêmico e comercial de aviação Guy Gratton.
"É possível ter uma diferença de velocidade de 160 km/h entre o ar na corrente de jato e o ar circundante", diz.
"O atrito em torno da corrente de jato entre o ar mais lento e o mais rápido causa turbulência. Isso está sempre acontecendo e é difícil evitar", afirma.
Se for um voo da Europa para a América do Norte, por exemplo, é difícil evitar esse choque completamente, diz Gratton, e isso pode resultar em períodos de forte turbulência.
As aeronaves são projetadas para suportar o pior que a turbulência pode causar, diz Gratton, professor associado de aviação e meio ambiente na Universidade de Cranfield, na Inglaterra.
É "improvável" que a turbulência destrua uma aeronave, acrescenta.
No entanto, passar por uma não faz nenhum bem à aeronave, e é por isso que os pilotos tentam evitá-las — e acendem o sinal do cinto de segurança.
A turbulência pode ser perigosa para as pessoas quando ela provoca movimentos muito bruscos, o que pode lançar pela cabine um passageiro sem cinto de segurança.
Mas os especialistas em segurança da aviação dizem que as mortes e os ferimentos resultantes da turbulência continuam a ser raros.
John Strickland, especialista em aviação, diz que os ferimentos causados ??por turbulências severas eram "relativamente raros" no contexto dos milhões de voos que já aconteceram.
Os pilotos receberão previsões específicas da aviação antes de voar, que incluirão dados meteorológicos.
Eles poderão estudar essas informações ao planejar suas rotas.
Isto significa que deverão ser capazes de evitar trovoadas isoladas, por exemplo. Mas a turbulência de "ar limpo" é um pouco mais difícil de evitar.
Outras aeronaves à frente deles nas mesmas rotas também podem reportar qualquer turbulência, diz Gratton.
Os pilotos vão tentar evitar essas áreas ou reduzir a velocidade do avião para diminuir o impacto.
As tripulações também são treinadas para responder à turbulência.
Para os passageiros, o conselho é ficarem com cinto de segurança afivelado e não carregarem objetos pesados.
Os pilotos aconselham os passageiros a usarem cintos de segurança o tempo todo, justamente porque a turbulência pode ser imprevisível.
Fonte: correiobraziliense
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