22 de Novembro de 2024

Trump promete 'unir o país' na convenção republicana após atentado; o que se sabe até agora


Já se passaram mais de 32 horas desde que um atirador tentou assassinar o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump durante um comício na Pensilvânia.

Trump tem falado com jornais sobre a experiência e o que planeja dizer em um discurso importante esta semana. Ele chegou a Milwaukee, Wisconsin, para a Convenção Nacional Republicana – que está ocorrendo conforme o planejado – onde será formalmente nomeado como candidato do partido ainda esta semana.

Em uma entrevista ao jornal Washington Examiner, Trump disse que planeja fazer um discurso diferente e que tem a oportunidade de "unir o país", em vez de focar ataques em seu rival, Joe Biden. Trump, que foi baleado na orelha, também falou sobre a experiência, dizendo: "Eu sabia que o mundo estava olhando. Eu sabia que a história julgaria isso". Ele disse ao New York Post que "era para eu estar morto".

O presidente Biden, em um raro discurso do Salão Oval, pediu ao país que se una e resolva as diferenças políticas "pacificamente" nas urnas. Ele também reiterou que pouco se sabia sobre o suposto atirador – identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos – após uma onda de desinformação online. Biden retornará à campanha na terça-feira, após inicialmente suspender suas atividades de campanha.

O Serviço Secreto, responsável pela segurança de Trump, está sob escrutínio de várias agências e departamentos, com o FBI considerando "surpreendente" que um atirador tenha conseguido abrir fogo no palco antes de ser morto.

Trump foi atendido em um hospital após a tentativa de assassinato e está bem, segundo um comunicado do Partido Republicano. Em seguida, ele retornou à sua casa em Nova Jersey.

Em seu pronunciamento à imprensa na noite deste domingo (14/7) no Salão Oval, na Casa Branca, Biden falou sobre a "necessidade de baixarmos a temperatura na nossa política".

"O tiroteio de ontem no comício de Donald Trump na Pensilvânia nos pede para darmos um passo atrás", disse ele.

Biden ofereceu condolências à família de Corey Comperatore, o homem morto no tiroteio de sábado. "Corey era marido, pai, bombeiro voluntário e um herói que protegeu sua família das balas", afirmou, pedindo que o público mantenha Corey e sua família em suas orações.

O presidente Biden reiterou que "a violência nunca é a resposta" na política americana, citando a tentativa de assassinato de Trump, o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro e o ataque à ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi. "Não há lugar na América para este tipo de violência – para qualquer tipo de violência", disse ele. "A retórica política neste país esquentou, é hora de acalmá-la."

Biden afirmou que a segurança de Trump foi "reforçada" e que ele receberia "todos os recursos disponíveis" para garantir sua proteção. "Ordenei ao chefe do Serviço Secreto que revisse todas as medidas de segurança", afirmou.

Ele também ordenou uma revisão independente para apurar o que aconteceu no comício de Trump. "Compartilharemos os resultados dessa revisão independente com o povo americano", concluiu.

Em vídeos divulgados pela imprensa e nas redes sociais, é possível ouvir uma série de disparos enquanto Trump discursava no evento na Pensilvânia, o que provocou pânico na multidão.

Trump foi ao chão antes de se levantar novamente e erguer o punho para a multidão com o rosto ensanguentado.

Trump disse que levou um tiro que rasgou a parte superior da orelha direita.

Uma testemunha disse à BBC que viu um homem com uma arma rastejando em um telhado antes de os tiros serem disparados e que tentou alertar a polícia.

O FBI, o serviço de inteligência dos EUA, identificou o atirador como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos — ele foi baleado e morto pelo agentes americanos.

Além do atirador, uma pessoa morreu no comício e outras duas ficaram gravemente feridas. As vítimas, cujas identidades permanecem desconhecidas, foram levadas ao Hospital Geral Allegheny após o tiroteio de sábado.

O governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, confirmou que o homem que foi morto enquanto estava no comício de sábado é o bombeiro Corey Comperatore, de 50 anos.

Segundo Shapiro, Comperatore foi baleado ao "saltar sobre sua família" para protegê-los do ataque.

Um comunicado publicado pelo Comitê Nacional Republicano (RNC) logo após o atentado garantiu que Trump "está bem" e agradecido pela ação dos agentes de segurança.

A nota ainda diz que ele pretende estar de volta aos eventos públicos em breve — mais precisamente em Milwaukee, onde ocorrerá a convenção que deverá defini-lo como o candidato do partido às eleições presidenciais de 2024.

'"Como candidato do nosso partido, [ele] continuará a compartilhar sua visão para fazer a América grande novamente [em alusão ao slogan principal de Trump Make America Great Again]", diz a declaração da campanha de Trump e do RNC.

Anteriormente, Trump postou uma declaração no Truth Social, uma rede social que ele ajudou a fundar.

O político agradeceu aos agentes da lei e ao serviço secreto pela "resposta rápida".

"Mais importante ainda, quero apresentar as minhas condolências à família da pessoa que estava no comício e que foi morta, e também à família das outras pessoas que ficaram feridas. É incrível que esse ato possa ocorrer no nosso país", escreveu.

A filha de Donald Trump, Ivanka Trump, postou no X (o antigo Twitter) que reconhece "o amor e as orações" pelo pai e pelas outras vítimas da "violência sem sentido".

"Estou grata ao serviço secreto e a todos os outros agentes da lei pelas ações rápidas e decisivas."

Já Donald Trump Jr compartilhou uma imagem no X de seu pai sendo escoltado para fora do comício na Pensilvânia com o punho no ar e o sangue escorrendo pelo rosto.

Ao lado da imagem está a legenda: "Ele nunca vai parar de lutar para salvar a América."

O homem que fez os disparos no comício de Trump foi identificado pelo FBI como Thomas Matthew Crooks.

Sabe-se que ele tinha 20 anos, trabalhava na cozinha de uma casa de repouso, e era de Bethel Park, na Pensilvânia. A cidade fica a 70 km de Butler, o local onde ocorreu a tentativa de assassinato.

Crooks se formou na Bethel Park High em 2022.

As autoridades acreditam que a arma usada para atirar em Donald Trump foi comprada pelo pai de Thomas Crook, informou a agência de notícias Associated Press.

Testemunhas oculares da tentativa de assassinato disseram que viram um homem com um fuzil, que se posicionou em um telhado a menos de 200 metros do ex-presidente.

Esta versão dos acontecimentos pode ser confirmada pelos vídeos que surgiram desde o tiroteio.

Uma dessas filmagens, feita ao sul de um armazém com paredes bege, mostra o que parece ser o corpo sem vida do atirador.

A CBS, parceira da BBC nos Estados Unidos, conversou com um oficial que confirmou que “dispositivos suspeitos” foram encontrados no veículo de Thomas Crooks. Por isso, técnicos de explosivos foram chamados ao local.

O carro foi encontrado perto do comício na cidade de Butler, na Pensilvânia.

O Pentágono confirmou que ele não tinha quaisquer ligações militares.

“Confirmamos com cada um dos ramos do serviço militar que não há afiliação ao serviço militar para o suspeito com esse nome ou data de nascimento em qualquer ramo, componente ativo ou de reserva em seus respectivos bancos de dados”, disse o porta-voz do Pentágono, major-general Patrick S Ryder.

O atirador foi morto a tiros por agentes do serviço secreto. O FBI ainda acrescentou que a investigação segue "ativa e contínua".

O agressor abriu fogo com “um fuzil estilo AR-15”, relata a CBS News.

Os serviços de segurança afirmam que um AR-15 foi recuperado do local. No entanto, o FBI diz que não foi possível determinar imediatamente que tipo de arma de fogo o atirador usou ou quantos tiros foram disparados.

Uma imagem feita por um fotógrafo do New York Times, mostra o que parece ser uma bala em pleno voo, passando direto pela cabeça de Trump.

Então, o que sabemos sobre a arma usada no ataque, os danos que pode causar e quão perto Donald Trump esteve da morte?

O AR-15 esteve envolvido em vários tiroteios em massa.

Geralmente dispara um cartucho de 5,56 mm, o padrão da a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), embora possa ser convertido para disparar outros calibres. O AR-15 seria facilmente capaz de matar a essa distância, como evidenciado por uma morte (pelo menos) na multidão.

Segundo o analista de segurança Justin Crump, para que os fuzis de assalto causem o dano máximo “a energia do tiro tem que se dissipar, o que exige uma parada brusca”.

É a transferência de energia, e não apenas o deslocamento físico causado pela bala, que torna os fuzis de assalto tão devastadores.

O fato de a bala ter passado pela orelha de Trump significa que a energia potencial devastadora contida na bala não foi transferida.

No entanto, não deve deixar de causar consequências, de acordo com Crump. “A onda de choque que passou pelo tímpano não terá sido tranquila e pode deixar uma cicatriz”, diz ele.

Se a bala tivesse sido apenas um centímetro para a direita, ou se a cabeça do ex-presidente estivesse num ângulo ligeiramente diferente, toda aquela energia cinética teria sido transferida para ele, com consequências devastadoras.

Donald Trump discursava num evento de campanha em Butler quando um homem armado tentou assassinar o ex-presidente.

A seguir, você confere um resumo de como tudo aconteceu. Todos os eventos horários estão no horário local:

Fonte: correiobraziliense

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