22 de Novembro de 2024

Rollemberg defende mudança na economia linear para avanços no setor


"Nós temos aqui a maior biodiversidade do planeta, nós temos uma grande disponibilidade de biomassa. Nós temos uma matriz energética limpa e, portanto, nós temos tudo para avançar", afirmou em entrevista ao CB.Poder — programa do Correio em parceria com a TV Brasília —, nesta terça-feira (16/7). Aos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Samantha Salum, Rollemberg sublinhou a importância de o Brasil discutir e avançar em áreas estratégicas para consolidar sua liderança na economia verde. 

Assista à entrevista na íntegra:

No programa, ele ressaltou que, para que esse avanço no setor aconteça, é fundamental a definição clara de marcos regulatórios. "Recebemos investidores diariamente e a primeira questão que eles colocam é que precisamos saber quais são as regras do jogo. Nesse sentido, o Congresso Nacional deu um passo importante na semana passada ao aprovar o projeto de lei (PL) nº 2308/2023, que regulamenta a produção de hidrogênio considerado de baixa emissão de carbono (hidrogênio verde), mas temos outros marcos regulatórios importantes que precisam ser apreciados pelo Congresso para que o Brasil possa aproveitar essas oportunidades. Me refiro à regulamentação do mercado de carbono", explicou.

Leia também: Brasil pode liderar a economia verde, mas precisa combater o desmatamento

O ex-governador detalhou ainda alguns dos principais projetos que estão em trâmite e que são essenciais para a economia verde no país. "Temos o combustível do futuro, que regulamenta o combustível sustentável de aviação, o diesel verde, a captura de carbono, aumenta a mistura de etanol na gasolina, aumenta a mistura do biodiesel no diesel e regulamenta a utilização do metano. É um projeto extremamente importante, já foi aprovado na Câmara e está no Senado", frisou.

Outro projeto destacado por Rollemberg é o que regulamenta os bioinsumos. "É outra grande oportunidade para um país agrícola, que tem uma dependência de 85% de adubos químicos, 70% dos adubos fosfatados, 85% dos nitrogenados, 98% do potássio. Podemos substituir grande parte disso por bioinsumos. É uma indústria que vem crescendo exponencialmente no Brasil. São agendas que precisam ser concluídas no Congresso Nacional para que o Brasil possa transformar as suas vantagens em vantagens competitivas, em benefício conjunto da população brasileira", reforçou.

Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que institui a certificação dos produtos brasileiros que atendem aos requisitos ambientais e de sustentabilidade, o chamado Programa Selo Verde. "O objetivo do selo verde é garantir qualidade, sustentabilidade e competitividade aos produtos brasileiros. Ele é uma certificação que vai garantir que aquele produto seja produzido com eficiência energética e com baixa pegada de carbono, dando informações preciosas para os consumidores e, com isso, construindo um mercado verde", contou Rollemberg.

Questionado sobre como a indústria nacional está encarando essas iniciativas, Rollemberg foi otimista.

"Há uma receptividade muito grande da indústria. A produção de bioinsumos vai beneficiar não apenas o Brasil, mas todo o planeta com uma agricultura muito mais sustentável."

Além disso, o secretário do Mdic esclareceu a adesão à Estratégia Nacional de Economia Circular, um modelo que ele considera fundamental para a sustentabilidade. "Esse modelo tradicional de economia faliu. Nós percebemos isso claramente pela quantidade de lixos nos rios e nos mares. A economia circular é fundamental para reutilizar e reciclar os produtos, reduzindo a necessidade de novas matérias-primas, emitindo menos gases de efeito estufa, reduzindo custos e gerando empregos", observou. 

E aproveitou para mencionar uma estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de que a transição para uma economia circular pode gerar cerca de 8 milhões de empregos em todo o mundo. “É grande o potencial da economia circular para a geração de renda, para a geração de empregos e para a sustentabilidade do planeta”, apontou.

Rollemberg ainda expressou, no programa, sua preocupação com a velocidade de aprovação das agendas regulatórias no Congresso.

"Eu lamento que a gente não esteja mais adiantado nessa agenda. Acho que o Brasil poderia estar recebendo muitos investimentos se já tivesse concluído essa agenda regulatória. Não há divergência substantiva em relação ao teor desses projetos. Estamos em uma corrida verde, na pole position, mas ainda precisamos acelerar para chegar em primeiro lugar", concluiu, esperançoso de que o Congresso priorize essas agendas ao retomar seus trabalhos em agosto, após o recesso.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

Fonte: correiobraziliense

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