Normalmente utilizado no contexto dos relacionamentos, o ghosting se transformou em um dos maiores desafios para quem está procurando emprego no mercado de trabalho contemporâneo. O termo, originado da palavra inglesa ghost, que significa fantasma, é frequentemente utilizado para descrever uma situação em que uma pessoa some da vida da outra sem fornecer qualquer explicação.
O termo “job ghosting” refere-se à prática de interromper abruptamente toda a comunicação com um candidato, deixando-o entender por conta própria que não está mais sendo considerado para a vaga. Segundo o especialista em educação empresarial Leonardo Loureiro, em vez de informar diretamente ao candidato que ele foi excluído do processo seletivo, o profissional de recursos humanos opta por simplesmente cessar o contato, independentemente do motivo.
“O que acontece é o candidato mandar seu currículo para uma empresa, é chamado para uma entrevista e se encontra com três a seis ou mais pessoas ao longo de vários meses, dependendo da posição. Inicialmente, ele se entusiasma com a oportunidade, mas essa empolgação se transforma em ansiedade quando a equipe de contratação permanece em total silêncio”, explica.
Em outras palavras, o “job ghostingos” acontece quando os responsáveis pela vaga não retornam ligações, mensagens de texto, e-mails ou mensagens no LinkedIn, indicando que a pessoa não conseguiu o emprego.
“A falta de feedback ou a ausência de uma resposta ao candidato é extremamente desmotivador para ele. Profissionais que passam por essa situação se sentem explorados, pois dedicam muito tempo e esforço às entrevistas, provas e dinâmicas, e criam expectativas em relação ao resultado à medida que avançam no processo. O candidato fica sem saber o que fez de errado e como pode melhorar suas habilidades para futuras oportunidades”, afirma o especialista em educação empresarial.
Frequentemente, os empregadores ignoram os candidatos quando contratam outra pessoa para a vaga, escolhem um funcionário interno ou mudam as prioridades devido a alterações internas, questões financeiras ou à implementação de inteligência artificial. O ghosting pode também indicar que a organização adota práticas de contratação antiéticas ou possui uma cultura empresarial que desrespeita seus trabalhadores.
Além disso, com o aumento das plataformas de contratação e o uso da inteligência artificial para agilizar o processo de candidatura, recrutadores e profissionais de recursos humanos recebem uma quantidade massiva de currículos diariamente. Esse alto volume de candidatos dificulta acompanhar todos com respostas personalizadas.
“A IA tem o poder de transformar o recrutamento, tornando os processos mais justos e eficientes. No entanto, para alcançar esse potencial, é necessário prestar muita atenção à qualidade dos dados, garantir a transparência dos algoritmos e manter um compromisso contínuo com práticas éticas”, explica Karen Salim, especialista em Inteligência Artificial.
Embora a IA possa reduzir muitos dos vieses humanos, ela não é uma solução mágica e deve ser implementada de forma responsável para realmente alcançar um recrutamento imparcial.
Por Ana Beatriz Bernardo
Fonte: correiobraziliense
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