Nesta segunda-feira (22/7), comemora-se o Dia Internacional do Trabalho Doméstico.
Com o objetivo de entender melhor as características e o perfil de quem realiza este serviço remunerado, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR), realiza uma pesquisa para mapear e conhecer esse público.
Até o dia 13 de agosto, podem responder a pesquisa cuidadores de idosos, crianças, pessoas com deficiência, doentes e/ou no serviço doméstico remunerado. O formulário leva em torno de 10 minutos para ser preenchido e está disponível para acesso por meio deste link. Vale destacar que os dados preenchidos no formulário são protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e não há identificação pessoal.
O questionário é dividido em quatro blocos: informações gerais, características do trabalho, frequência, deslocamento e custos, e contratação de trabalho via aplicativos/plataformas digitais. Como ressalta o Ipea, as mulheres desempenham, historicamente, uma carga maior de trabalho doméstico e de cuidados não remunerados em relação aos homens.
Os dados devem ser utilizados para formar subsídios para políticas públicas voltadas à valorização dos trabalhadores domésticos, como explica a pesquisadora Stephanie Natalie Burille, que participa do estudo. “Essa pesquisa, especialmente, pretende subsidiar essa política maior, produzindo informações, dados e evidências que possam, então, ajudar a pensar as políticas que estão em curso hoje, mas também as futuras políticas”, ressalta.
Plano Nacional de Cuidados
No início do mês de julho, o governo federal enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que estabelece o Plano Nacional de Cuidados (PNC). Com a participação de 20 ministérios, o texto tem como objetivo a atualização do reconhecimento de direitos das pessoas que exercem algum tipo de serviço relacionado ao cuidado, seja em casa, com a família, ou remunerado.
A pesquisadora do Ipea explica que o levantamento deve ser responsável por auxiliar a formulação de políticas públicas a partir da PNC. “E aí pensando, também, em atender esses trabalhadores do cuidado e do trabalho doméstico, que são as pessoas que realizam o cuidado de forma remunerada, mas também as pessoas que realizam esse trabalho de forma não remunerada, tanto na casa, no domicílio, quanto nas instituições”, explica Burille.
Ainda segundo o Ipea, a maioria absoluta das pessoas que exercem serviços domésticos ou de cuidados remunerados são mulheres (91%), em sua maioria negras. Ao todo, mais de 6 milhões de mulheres trabalham como doméstica no país. A média de idade destas trabalhadoras é de 40 anos.
“É um trabalho invisibilizado, é um trabalho pouco valorizado, muitas vezes nem reconhecido como trabalho, então muitas mulheres, inclusive, abrem mão das suas carreiras, das suas atividades de trabalho remunerado fora de casa, para cumprir com essas atividades do domicílio, que é o trabalho doméstico não remunerado”, acrescenta a pesquisadora.
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.