Os corpos de um casal que partiu em uma viagem de barco pelo Oceano Atlântico foram encontrados em um bote salva-vidas quase seis semanas após terem sido vistos pela última vez.
Acredita-se que a britânica Sarah Packwood e seu marido canadense Brett Clibbery tenham abandonado seu iate e morrido antes de chegar à Ilha Sable, perto da Nova Escócia, no Canadá, em 12 de julho.
O casal foi dado como desaparecido em 18 de junho, depois de deixar a Nova Escócia em seu iate ecológico de 13 metros, Theros, uma semana antes.
Eles viajavam a caminho dos Açores – em Portugal, a 3.228 quilômetros de distância – e a previsão de duração da viagem era de 21 dias.
Em uma postagem no Facebook, o filho de Clibbery, James, confirmou que a dupla havia morrido, dizendo que os últimos dias foram “muito difíceis”.
Ele disse que a falta do casal seria “para sempre sentida”.
“Não há nada que preencha o buraco que foi deixado pelo seu falecimento, até agora inexplicável”, disse.
Não está claro como a travessia transatlântica dos sonhos do casal terminou em tragédia. Uma investigação ainda está em andamento, segundo disse a Real Polícia Montada Do Canadá à BBC no domingo (21/7).
Uma teoria que os investigadores estão explorando é que o iate foi atingido por um navio de carga que passava, de acordo com o site de notícias canadense Saltwire.
“A tripulação do veleiro não conseguiu evitar a colisão” ou poderia estar lá embaixo com Theros no piloto automático, disse uma fonte anônima à Saltwire.
A guarda costeira canadense e as aeronaves militares não avistaram destroços ou qualquer sinal do barco, relata Saltwire.
Em um vídeo postado em seu canal no YouTube, Theros Adventures, a dupla explicou como sua viagem – apelidada de Odisseia Verde – dependeria de velas, painéis solares, baterias e um motor elétrico reaproveitado de um carro.
“Estamos fazendo tudo o que podemos para mostrar que é possível viajar sem queimar combustíveis fósseis”, disse Clibbery no vídeo, publicado em 12 de abril.
“É, provavelmente, a maior aventura das nossas vidas até agora”, acrescentou Packwood.
A dupla se conheceu por acaso em Londres em 2015, quando Clibbery, um engenheiro aposentado, se preparava para doar um rim à irmã.
Eles se casaram no Canadá, em seu iate, um ano depois, antes de fazerem seus votos em uma tradicional cerimônia de casamento em Stonehenge, em 2017, de acordo com o blog pessoal de Packwood.
A história deles foi apresentada em um artigo “How We Met” de 2020 no jornal britânico The Guardian.
Sarah Packwood, natural de Warwickshire, na Inglaterra, trabalhou em Ruanda com a ONU após o genocídio de 1994 e tinha uma vasta experiência com trabalhos humanitários.
No que seria sua postagem final em 11 de junho, a dupla escreveu no Facebook: “O Capitão Brett e a Primeira Imediata Sarah zarparam na segunda etapa da Odisseia Verde a bordo do veleiro Theros - GibSea de 42 pés. Alimentado pelo vento e pelo sol. Rumo a leste, para os Açores.”
Fonte: correiobraziliense
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