22 de Novembro de 2024

Reconhecimento com medalha vinda do Oriente


A embaixada do Japão no Brasil homenageou, ontem, o ex-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e engenheiro agrônomo Eliseu Alves, de 93 anos, por suas contribuições à Cooperação em Pesquisa Agrícola no Cerrado entre a Embrapa e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).

A cerimônia foi realizada na residência de Alves, e enalteceu a dedicação do engenheiro no desenvolvimento da agricultura brasileira e da pesquisa científica da Embrapa. Esse trabalho permitiu, por exemplo, a expansão agrícola para o Cerrado, nas décadas de 1970 e 1980, com o apoio da cooperação japonesa.

O embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi, entregou a Eliseu Alves a Ordem do Sol Nascente, honraria concedida a pessoas que prestaram serviços distintos ao Estado em diversas áreas, exceto no serviço militar. "A Embrapa sempre teve uma colaboração forte com o nosso país. A Jica e a Embrapa trabalharam, sobretudo, para tornar o Cerrado, que era muito infértil, em um centro de produção de grãos. Nossa intenção era resolver o problema alimentar do mundo, pois, na década de 1960, o Japão dependia muito da produção de grãos dos Estados Unidos. Agora, estamos com o mesmo problema devido aos conflitos na Ucrânia, além das mudanças climáticas, que afetam muito a produção de alimentos no mundo", destacou o embaixador em seu discurso.

O diplomata destacou a importância dos esforços de Alves para a relação entre Brasil e Japão. "O senhor Alves sempre se empenhou arduamente para o desenvolvimento organizacional da Embrapa durante seu período de fundação e concretizou a realização do Projeto Cerrado em 1977. Sua contribuição para o desenvolvimento foi amplamente reconhecida por todo o mundo. O Brasil tornou-se o maior exportador de soja e milho, por meio do Projeto Cerrado Brasil/Japão", disse o diplomata.

A contribuição Alves para a agricultura brasileira, especialmente na transformação do Cerrado em uma área produtiva, foi celebrada pelo embaixador. "O Japão é conhecido como sol nascente. A medalha tem um sol com raios de sol nascente. É uma homenagem significativa para os estrangeiros que trabalharam com o nosso país e com os assuntos internacionais", acrescentou.

Em seu discurso, o engenheiro expressou profunda gratidão ao Japão. "Quero agradecer muito ao governo japonês pela assistência que deu à Embrapa. Em vez de dizer o que tinha que ser feito, vieram aqui, se juntaram aos brasileiros e ajudaram a construir a Embrapa tão poderosa que é hoje, transformando o Brasil em um grande exportador de alimentos. E, acima de tudo, continuando algo que já vem de muitos anos, a amizade entre os dois países."

Em diversos momentos, o ex-presidente da Embrapa expressou seu apreço pelo Japão. Relembrou com carinho suas duas viagens ao país asiático. A cerimônia prosseguiu com a entrega de um certificado de condecoração, formalizando o reconhecimento, seguido da entrega da medalha.

A cerimônia contou também com a presença do diretor-executivo de governança e gestão da Embrapa, Alderi Emídio. Ele sublinhou o que considera uma parceria especial entre Brasil e Japão. "A cooperação do Brasil com o Japão não é entre um e outro, é uma cooperação de um só. Somos todos um. Nós temos um grande número de japoneses no Brasil. A contribuição que o Japão tem dado ao Brasil em várias áreas é imensa. Na área de agricultura, os japoneses ajudaram a transformar as regiões brasileiras em regiões ricas. A Embrapa se sente irmã dos japoneses", destacou.

O executivo ressaltou que a contribuição de Alves não só fortaleceu a Embrapa, mas também transformou o Cerrado em uma das regiões agrícolas mais produtivas do mundo, consolidando a posição do Brasil como um dos maiores exportadores de alimentos.

Eliseu Alves nasceu em 27 de dezembro de 1930. Foi criado em uma fazenda em São João Del Rey, Minas Gerais. O trabalho pioneiro com extensão rural levou-o a construir o seu projeto de vida: a criação da Embrapa. Alves é amplamente reconhecido como uma figura-chave na modernização da agricultura brasileira, especialmente por seu papel na construção de um sistema público de pesquisa agrícola que transformou o Brasil em um gigante na produção de alimentos.

Com foco particular na pobreza rural, Alves buscou entender suas causas e encontrar soluções. O engenheiro lamenta que, apesar dos avanços, a desigualdade no campo tem se agravado, com uma pequena parcela da população respondendo pela maior parte da produção agrícola.

Formado em engenharia agronômica e mestre em economia agrícola, Eliseu Alves consolidou o serviço de extensão rural de 1955 a 1973. Posteriormente, como parte de um grupo de cientistas sociais, ajudou a conceber e formular o modelo da Embrapa. Aos 93 anos, participa ativamente de reuniões, oferecendo sugestões e recomendações para aprimorar as diretrizes e objetivos da Embrapa.

 

 

Fonte: correiobraziliense

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