Autoridades sanitárias e organizações não-governamentais estão pedindo que as pessoas busquem exames para detectar hepatite, já que milhões de pessoas no mundo todo estão portando a doença sem saber.
A mensagem está sendo reforçada nesta semana, na véspera do Dia Mundial Contra Hepatite, no domingo (28/7).
A hepatite mata mais de um milhão de pessoas por ano — e o número está crescendo.
A hepatite é uma inflamação do fígado, geralmente causada por uma infecção viral. Pode provocar diversos problemas no fígado, inclusive câncer.
Existem cinco tipos de vírus, do A ao E. As hepatites B e C são as mais perigosas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1,3 milhão de pessoas ao redor do mundo morrem de doença decorrentes da hepatite. Isso equivale a uma morte a cada 30 segundos.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é raro.
Segundo o ministério da Saúde, a taxa de mortalidade da hepatite C pode ser comparada ao HIV e tuberculose.
A OMS estima que 254 milhões de pessoas estão vivendo com hepatite B crônica e 50 milhões de pessoas tem hepatite C crônica. Há mais de dois milhões de casos novos a cada ano.
A hepatite B afeta:
A OMS diz que a hepatite E infecta 20 milhões de pessoas por ano no mundo todo e provocou 44 mil mortes em 2015. Ela é mais comum no sul e no leste da Ásia.
Dados do ano passado no Brasil estimam que 520 mil pessoas tinham hepatite C, mas sem diagnóstico e tratamento. Até 2022, cerca de 150 mil pessoas já tinham sido diagnosticadas, tratadas e curadas da hepatite C, afirma o governo brasileiro.
No caso da hepatite B, a estimativa oficial é que quase 1 milhão de pessoas possuam o vírus no Brasil e, destas, 700 mil ainda não foram diagnosticadas. Até 2022, 264 mil pacientes tinham recebido diagnósticos com a doença e 41 mil estavam em tratamento — segundo dados do ministério da Saúde.
A hepatite A é pega ao se comer ou beber alimentos e líquidos contaminados com fezes, ou através do contato direto com uma pessoa infectada.
É comum em países de renda média e baixa onde há condições sanitárias precárias.
Os sintomas desaparecem depois de pouco tempo, e quase todo mundo se recupera. Mas pode causar problemas renais fatais.
A hepatite A costuma surgir em epidemias em locais com comida e água contaminada, como aconteceu em Xangai, na China, em 1998, quando 300 mil pessoas foram infectadas.
A hepatite B costuma ser transmitida:
As hepatites C e D também são transmitidas através do contato com sangue infeccionado, como quando se compartilha agulhas e seringas, ou através da transfusão de sangue contaminado.
Só pessoas com hepatite B podem pegar hepatite B. Isso acontece com cerca de 5% das pessoas que têm infecção crônica com hepatite B, e faz com que a infecção seja muito intensa.
A hepatite E é transmitida através do consumo de água ou comida contaminadas. É mais comum no sul e leste da Ásia, e é especialmente perigosa para mulheres grávidas.
Os sintomas mais comuns são:
É possível fazer exames de sangue para hepatite A, B e C.
Não existe um tratamento específico para hepatite A. Mas a maior parte das pessoas infectadas costuma se curar rapidamente e criar imunidade.
Hepatites B e C crônicas podem ser tratadas com antirretrovirais, que retardam a progreção da cirrose e as chances de se desenvolver câncer de fígado.
Há vacinas que previnem contra a hepatite A e B. Dada a bebês no nascimento, a vacina para hepatite B previne contra a doença ser transmitida pelas mães — e também protege contra a hepatite D.
Não existe vacina para hepatite C, e a vacina para a hepatite E não é amplamente distribuída.
Segundo a OMS, a hepatite A pode ser evitada das seguintes formas:
A OMS afirma que hepatites B, C e D podem ser evitadas:
A hepatite E é evitada com boas práticas de higiene e cozinhando carne de fígado por bastante tempo, especialmente fígado de porco.
A OMS diz querer reduzir em 90% o número de pessoas que pegam hepatites B e C e em 65% o número de mortes até 2030.
Mas a entidade alerta que as mortes por vírus de hepatite estão subindo. Dados recentes mostram que houve um aumento de 1,1 milhão em 2019 para 1,3 milhão em 2022.
Centenas de milhões de pessoas ainda têm dificuldades de testarem para hepatite porque apenas 60% dos países ao redor do mundo oferecem exames gratuitos ou subsidiados e tratamento. Na África, a OMS afirma que apenas um terço dos países oferecem testes assim.
Fonte: correiobraziliense
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.