22 de Novembro de 2024

CBIC eleva projeção de crescimento econômico para este ano


Dados divulgados nesta segunda-feira, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), mostram o aquecimento do setor da construção civil. Segundo a entidade, de janeiro a maio, o setor gerou 159,2 mil novas vagas de trabalho com carteira assinada, crescimento de 7% em relação ao mesmo período em 2023. Com isso, o setor atingiu, em maio, a marca de 2,9 milhões de pessoas empregadas em todo o país, uma alta de 6,12% em relação ao mesmo mês do ano passado.

As informações do mercado de trabalho contribuíram para a elevação da projeção de crescimento do PIB da construção civil de 2,3% para 3%. Em março, a entidade já havia elevado a projeção de 1,3% para 2,3%.

Além do mercado de trabalho mais resiliente — com a geração, no conjunto da economia brasileira, de um milhão de novos empregos com carteira assinada até maio —, a CBIC aponta, entre as razões para a nova projeção, as novas estimativas para o crescimento da economia brasileira no ano. A entidade cita o boletim Focus do Banco Central, em que a expectativa passou de 1,85% no final de março de 2024 para 2,15%.

Além disso, a instituição destaca "o incremento mais forte do financiamento imobiliário com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e as expectativas mais positivas dos empresários da construção (verificadas na Sondagem Indústria da Construção de julho, aqui detalhada) para novos lançamentos imobiliários, para maior geração de emprego e para compra de insumos".

"Quanto maior for o mercado nacional, melhoram as expectativas para novas aquisições de casas próprias, porque o trabalhador precisa de estabilidade para fazer o seu financiamento imobiliário. Da mesma forma, a boa perspectiva econômica e a previsibilidade das condições de investimento permitem ao empresário planejar e assumir riscos", definiu o presidente da CBIC, Renato Correia.

Ao fazer o balanço do setor no primeiro semestre, a economista da CBIC Ieda Vasconcelos comentou que a geração de empregos nos primeiros cinco meses é a maior dos últimos 12 anos. "Somente de janeiro a maio de 2012 nós tivemos um número maior do que esse", destacou. Naquele ano, foram gerados, no mesmo período, 215 mil novos empregos, ultrapassando a marca dos 3 milhões de empregados.

Os números mostram ainda que a geração de empregos retoma o ritmo do período da pandemia de covid-19. "O número foi superior a 13% em 2021. Naquele ano, com esse crescimento forte, foram gerados, de janeiro a maio, 158.986 novos postos de trabalho no setor. Agora, esse número ultrapassa 159 mil", afirmou. "Se continuar com esse desempenho positivo no ano, poderemos atingir a marca de 3 milhões de pessoas empregadas no setor em breve", completou.

Os dados mostram ainda que a construção de edifícios foi responsável por 42,5% do total de vagas geradas de janeiro a maio, o que o presidente da CBIC, Renato Correa, atribuiu às alterações feitas para incrementar o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), a partir do ano passado. Já os serviços especializados responderam por 32,9% das vagas, enquanto o segmento de obras de infraestrutura contribuiu com 24,6%.

"Todos os três segmentos da construção continuam positivos para a geração de novos empregos, o que fortalece muito o mercado formal de empregos no país. Atualmente, a construção responde por 6,2% do total de trabalhadores empregados, e por 14,6% das novas vagas geradas neste ano", disse Ieda Vasconcelos.

A economista da CBIC observou ainda que 45% das novas vagas foram ocupadas por pessoas com 18 a 29 anos, um sinal de que a indústria da construção tem atraído pessoas mais jovens. "O setor funciona como uma entrada para o mercado de trabalho", disse ela.

O salário médio de admissão na construção foi de R$ 2.290 por mês, patamar acima da média nacional, que é de R$ 2.132. "É um setor que emprega rapidamente, com salário interessante e com duração de médio a longo prazo em virtude do andamento da obras", destacou o presidente da CBIC.

Outro destaque citado pela economista foi "o forte crescimento imobiliário com os recursos do FGTS". De janeiro a junho, 310,7 mil unidades foram financiadas pelo FGTS. O volume é superior às contratações feitas por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financiou a construção de 247,7 mil unidades. "O interessante seria que os dois crescessem na mesma proporção, o que, infelizmente, não aconteceu", comentou a economista.

Do total de 310.729 unidades financiadas no 1º semestre, 68,07% foram imóveis novos (211.499) e 31,93% (99.230) foram de imóveis usados, segundo a CBIC. "Esse é um ponto que a gente tem comentado ao longo do ano. O FGTS deve ser aplicado majoritariamente nos imóveis novos pela geração de emprego que promovem e pelo desembolso mais gradual que se faz durante a produção dos empreendimentos. Pelo contrário, à medida em que você pega um recurso do FGTS e financia o imóvel usado, você tem um saque imediato, porque o imóvel já está pronto, e você tem uma geração de emprego menor, quase ínfima, que vai alimentar menos o FGTS do que um novo. Então, a gente tem pedido para que seja revista essa métrica, para que a gente possa gerar mais emprego e ter um FGTS mais sustentável", lembrou Correia.

De acordo com o diretor de incorporações da Sindona.inc, Marlon Vilasboas, esse crescimento se dá principalmente pela questão da readequação da taxa de juros. "Essa redução que nós tivemos na Selic permitiu que as pessoas pudessem consumir mais. Somos um país onde relativamente 70% da nossa renda é enquadrada como classe média baixa. São pessoas que precisam ter uma taxa de juros mais equacionada para que elas possam consumir, para que elas possam ter acesso às coisas. Então, acredito que o primeiro impacto vem disso", afirmou.

 


Fonte: correiobraziliense

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