Todos os anos, a Terra cruza uma nuvem de detritos cósmicos, e os céus se iluminam à noite com as Perseidas, uma chuva de meteoros. O fenômeno também costuma ser chamado de "estrelas cadentes", devido à sensação que se tem de observar estrelas caindo no céu.
Neste ano, as Perseidas têm seu ápice de atividade entre 11 e 13 de agosto (domingo a terça-feira). Elas poderão ser vistas de todo o mundo, embora mais nitidamente do Hemisfério Norte.
Por isso, no Brasil, é mais fácil avistá-las na Região Norte do país. O melhor horário para observar o fenômeno é quando o céu estiver completamente escuro. E é preciso que ele esteja limpo.
A chuva de meteoros Perseidas é visível anualmente de meados de julho até o final de agosto, com duração de 14 de julho a 1 de setembro.
Neste ano, mesmo com a lua 50% iluminada durante o pico das Perseidas, ela poderá ser vista por volta da meia-noite até o amanhecer, segundo o Observatório Nacional (ON).
Tudo começa com o cometa Swift-Tuttle em sua órbita de 133 anos ao redor do Sol.
"O que acontece é que, a cada ano, a Terra entra em colisão com a rota da órbita do cometa e todos os detritos que ficaram para trás", diz o astrônomo Edward Bloomer, do Museu de Greenwich, em Londres.
Quando esses escombros cósmicos — gelo, poeira e pedaços de rocha do tamanho de um grão de arroz — atingem as camadas superiores da atmosfera, "eles pegam fogo com resultados impressionantes, mesmo que às vezes seja apenas por uma fração de segundo", diz Bloomer.
A chuva de meteoros Perseidas é especial por ser previsível — sempre surgindo em meados de agosto, e às vezes até mesmo no final de julho.
O fenômeno pode ser apreciado a olho nu e durante várias noites seguidas.
Às vezes, um pedaço maior de restos de cometa surge no céu e "se você tiver sorte, poderá avistar a estranha, mas espetacular, bola de fogo", diz Bloomer, que diz só ter conseguido observar esse fenômeno por alguns breves segundos, mesmo depois de anos acompanhando as Perseidas.
"Totalmente", diz Bloomer. "Apague todas as luzes e tente."
As Perseidas são uma espécie de queima de fogos da natureza. E a chuva de meteoros é tão abundante que um observador pode facilmente identificar até 100 estrelas cadentes por hora.
E embora os meteoros atinjam a atmosfera da Terra a uma velocidade incrível de 215 mil km/h, eles não representam nenhum perigo.
"Dê um presente a si mesmo, deite-se em um cobertor e olhe para o céu. É incrivelmente relaxante", diz Bloomer.
O astrônomo Edward Bloomer recomenda:
"Chamamos de Perseidas porque as estrelas cadentes parecem cair da constelação de Perseu", diz Bloomer, mas o fenômeno foi observado — e nomeado — por muitas culturas diferentes.
Na tradição católica, ele é conhecido como "Lágrimas de São Lourenço" em referência a Laurentius, um dos sete diáconos de Roma que viraram mártires na perseguição aos cristãos pelos romanos no ano 258.
Como esse santo teria sido morto na fogueira no dia 10 de agosto, o folclore local diz que as estrelas cadentes visíveis nesta época do ano seriam faíscas residuais do fogo que o consumiu.
Mas muito antes dos romanos, já havia alguns registros astronômicos surpreendentemente precisos da Pérsia, Babilônia, Egito, Coreia e Japão — com relatos detalhados de chuvas de meteoros.
Acredita-se que a primeira observação das Perseidas aconteceu durante a dinastia Han na China, quando os astrônomos no ano 36 escreveram sobre as noites em que "mais de 100 meteoros voaram pela manhã".
Fonte: correiobraziliense
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