22 de Novembro de 2024

Matrix pode ser realidade? Teoria ganha força na física quântica


Há 25 anos, o mundo conhecia Neo, o herói de Matrix. Na época, era 1999 — e o personagem achava que estava de fato vivendo em 1999. No entanto, na verdade, ele vivia em 2199. O mundo como ele conhecia era uma simulação, uma versão falsa dos anos 1990, criada por inteligências artificiais para controlar a humanidade.

Mas a história do filme poderia ser real? É possível que você esteja vivendo em uma simulação? Segundo alguns cientistas, a resposta é sim. A teoria é de um grupo de físicos, liderados por Thomas Campbell, ex-cientista da Nasa, junto de Farbod Khoshnoud, da Universidade Politécnica da Califórnia, que está na vanguarda do estudos sobre o tema.

A hipótese controversa dos cientistas é que o universo poderia funcionar como um videogame. Isso é, ele geraria uma realidade "sob demanda" para observadores conscientes.

Esse pensamento é teorizado por filósofos desde o século passado e se popularizou justamente com o filme Matrix. Ele se baseia em uma interpretação não convencional da mecânica quântica, demonstrada por meio do experimento da dupla fenda.

Quando a luz é disparada por meio de duas fendas, pode-se observar um padrão de interferência, o que indica que a luz age como uma onda. Mas ao se observar a luz com detectores, o padrão desaparece, o que parece indicar que a própria observação afeta o comportamento das partículas. Ou seja, as partículas subatômicas parecem se comportar de maneira diferente quando observadas.

Para Campbell, esse experimento pode ser um indicativo de que a realidade só é "renderizada" no momento da observação. Isso é, da mesma forma que um jogo virtual só gera partes do universo que o jogador vê na medida em que ele joga.

A teoria da simulação de Campbell se difere do conceito de "simulação ancestral" do filósofo Nick Bostrom, da Universidade de Oxford (Reino Unido), que primeiro descreveu a hipótese da simulação. "Nossa hipótese difere da de Bostrom por considerar a consciência como um elemento essencial da realidade, e não como resultado da simulação", explica.

A equipe prepara uma série de experimentos. Um deles é armazenar dados sobre trajetórias de partículas em pendrives separados e destruir aleatoriamente alguns deles antes que alguém veja os resultados. Se os padrões de interferência só aparecerem quando os dados da trajetória correspondente tiverem sido destruídos, seria uma "prova" de que a realidade estaria sendo gerada no momento da observação.

Apesar desses experimentos, é necessário ressaltar que essa teoria é altamente especulativa e controversa. Grande parte dos físicos acredita que há explicações mais plausíveis para os efeitos do que a hipótese de uma simulação.

Fonte: correiobraziliense

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