Passar longas horas sentado pode ter um impacto negativo na saúde. Doenças cardiovasculares, fraqueza muscular, obesidade, diabetes tipo 2 e até mesmo depressão são alguns dos graves problemas que podem surgir.
Estudos publicados, em 2022 e 2023, na revista científica Jama Cardiology revelam que pessoas que permanecem sentadas por mais de oito horas diárias têm até 20% mais chances de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) ou um infarto, e 49% mais probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca. Se o tempo em que passam sentadas for maior do que 12 horas, há um aumento de 63% no risco de demência nessas pessoas.
Para combater esses riscos, a Norma Regulamentadora 17 (NR17), que trata da ergonomia no ambiente de trabalho, estabelece diretrizes para adaptar as condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, proporcionando conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente.
“Empresas que investem em ergonomia demonstram um compromisso com a saúde de seus colaboradores, o que se reflete em menor rotatividade e maior produtividade. É um investimento que traz retorno em vários aspectos”, afirma Renata Fonseca, psicóloga, especialista em Pessoas e Cultura e sócia da Refuturiza, ecossistema de Educação e Empregabilidade.
A adoção de práticas ergonômicas traz diversos benefícios, tanto para os colaboradores quanto para as empresas. Entre eles, destacam-se:
“Implementar mudanças simples, como ajustar a altura das cadeiras, promover pausas regulares para alongamentos e incentivar a movimentação, pode fazer uma grande diferença na saúde e bem-estar dos funcionários”, ressalta Renata Fonseca.
Pequenas mudanças podem ter um grande impacto na qualidade de vida e na expectativa de vida dos trabalhadores. “Empresas que investem em ergonomia colhem benefícios a longo prazo, tanto em termos de produtividade quanto de satisfação e retenção de talentos”, afirma a especialista, que indica práticas para adotar a Norma Regulamentadora 17 na rotina de trabalho:
Um mobiliário adequado contribui para a redução de problemas de coluna e melhora o conforto durante a jornada de trabalho. Por isso, invista em cadeiras ergonômicas que ofereçam suporte adequado para a lombar e permitam ajustes de altura e inclinação. Mesas reguláveis, que possibilitam o uso tanto sentado quanto em pé, também são recomendadas.
Incentive os colaboradores a fazerem pausas curtas e frequentes, já que a falta de movimento regular pode diminuir a circulação sanguínea, levando a complicações como trombose e varizes. Uma pausa de 10 minutos a cada 50 minutos de trabalho pode melhorar a circulação e reduzir o estresse muscular. Se não for possível a cada hora, faça a cada duas horas. Aproveite esse tempo para pegar uma água, um café ou mesmo para falar ao telefone.
Ofereça treinamentos sobre a postura correta ao sentar e usar o computador, uma vez que a postura inadequada pode causar dores crônicas nas costas, pescoço e ombros. Monitores devem estar na altura dos olhos e os pés devem ficar apoiados no chão ou em um suporte adequado. Além de evitar dores crônicas, a postura correta melhora a disposição para o trabalho.
Garanta que o ambiente de trabalho tenha iluminação adequada e uma boa ventilação. A qualidade do ar e a temperatura também são fatores que influenciam na ergonomia e no bem-estar dos funcionários.
Promova a prática de alongamentos e exercícios simples que podem ser realizados no próprio ambiente de trabalho. Sessões de ginástica laboral podem ser incorporadas na rotina diária. Trocar o elevador pela escada é uma prática simples e eficaz para melhorar a saúde, além de uma excelente maneira de combater os efeitos negativos de longos períodos sentados. O ideal é que a prática de atividades físicas seja diária, entre 40 e 60 minutos.
Por Denise Freire
Fonte: correiobraziliense
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