22 de Novembro de 2024

Telescópio de defesa da Terra manda última imagem; substituto só depois de 2027


Chegou ao fim a missão do telescópio de defesa planetária Neowise (Near-Earth Object Wide-field Infrared Survey Explorer na sigla em inglês, ou Telescópio de Observação em Infravermelho de Campo Amplo de Objetos Próximos à Terra, em tradução literal). A Agência Espacial dos Estados Unidos, a Nasa na sigla em inglês, desligou o equipamento por conta do aumento da atividade solar nos últimos meses aliado ao fim do auge de atuação do equipamento depois de quase 11 anos seguidos de monitoramento do espaço.

Última imagem capturada pelo Neowise mostra parte da constelação Fornax no Hemisfério Sul. Processada pelo IPAC no Caltech, esta é a 26.886.704ª exposição da missão. Ela foi tirada pela espaçonave pouco antes das 3h de 1º de agosto, quando a pesquisa da missão terminou
Última imagem capturada pelo Neowise mostra parte da constelação Fornax no Hemisfério Sul. Processada pelo IPAC no Caltech, esta é a 26.886.704ª exposição da missão. Ela foi tirada pela espaçonave pouco antes das 3h de 1º de agosto, quando a pesquisa da missão terminou (foto: Nasa/JPL-Caltech/IPAC/UCLA)

Lançado em dezembro de 2009, o Neowise tinha a função inicial de escanear todo o céu em infravermelho. Cumpriu a tarefa em apenas sete meses. Um problema inesperado, no entanto, colocou o equipamento em hibernação: o líquido de refrigeração necessário para evitar a interferência nas observações infravermelhas acabou. Os cientistas, entretanto, perceberam que o telescópio era capaz de observar os sinais infravermelhos emitidos por asteroides e cometas aquecidos pela radiação solar à medida que se aproximavam do centro do Sistema Solar.

Com isso, em 2013, mudaram o rumo das observações do Neowise. E, desde então, fez 1,45 milhão de medidas infravermelhas de mais de 44 mil objetos dentro do Sistema Solar. Dos mais de 3.000 objetos próximos à Terra que monitorou, 215 acabaram detectados pela primeira vez graças ao Neowise. “A missão teve uma história de sucesso extraordinária, pois nos ajudou a entender melhor nosso lugar no universo rastreando asteroides e cometas que poderiam ser perigosos para nós na Terra”, disse Nicola Fox, administradora associada da diretoria de Missão Científica da Nasa. "Embora estejamos tristes por ver esta corajosa missão chegar ao fim, estamos animados com as futuras descobertas científicas que ela abriu ao estabelecer a base para o telescópio de defesa planetária de próxima geração."

Concepção artística do substituto, o Neo Surveyor, o caçador de objetos próximos à Terra de última geração da Nasa
Concepção artística do substituto, o Neo Surveyor, o caçador de objetos próximos à Terra de última geração da Nasa (foto: Nasa/JPL-Caltech/Universidade do Arizona)

O Neowise enviou a última imagem à Terra na semana passada. Como não haverá mais combustível suficiente para mantê-lo em órbita, o telescópio será jogado na atmosfera da Terra, o que devo incinerá-lo. A data prevista ainda não foi divulgada, mas deve ocorrer até o fim do ano. O substituto chama-se Neo Surveyor. Deve ser lançado depois de 2027, por conta das restrições orçamentárias do governo dos EUA.

Fonte: correiobraziliense

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