O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) atingiu, nesta quinta-feira (15/8), a maior pontuação nominal de toda a história, desde a sua fundação. Por volta das 13h, pelo horário de Brasília, a bolsa atingiu o recorde: 134.574,50 pontos – a máxima diária e histórica do índice. No fechamento, o Ibovespa encerrou aos 134.153 pontos (maior valor para um encerramento de pregão), com alta diária de 0,63%.
A maior pontuação da bolsa no ano havia ocorrido justamente no dia anterior — a última quarta-feira (14/8), quando o índice teve alta de 0,69%, aos 133.317 pontos. O recorde absoluto era do dia 28 de dezembro de 2023, quando o Ibovespa fechou aos 134.185 pontos.
As ações da IRB (Re) registraram a maior alta entre os papeis listados no Ibovespa nesta quinta-feira (15/8), com um aumento de 30,66% em um único dia. A empresa divulgou balanço do segundo trimestre deste ano, quando obteve lucro de 65 milhões – bem acima do que era projetado. Também tiveram bons desempenhos as ações da Alpargatas e do Magazine Luiza, com altas de 4,84% e 4,32%, respectivamente.
Já as maiores quedas ficaram por conta das ações da empresa de produtos para animais domésticos Petz, que encerrou em queda de 9,69%, após divulgar o balanço do primeiro semestre deste ano que revela um lucro bem inferior ao registrado na segunda metade de 2023. Também tiveram uma queda mais forte os papeis da Natura e da distribuidora de energia elétrica de Minas Gerais, a Cemig, que recuaram 5,76% e 3,84%, respectivamente.
As ações das Americanas registraram uma queda de 58%, cotadas a R$ 0,14 – a pior queda diária no ano. Durante o dia, os papeis da empresa chegaram a cair mais de 70%. Apesar disso, as ações da varejista não integram a lista da B3 desde 2023, quando a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial após anunciar prejuízo de R$ 40 bilhões.
Hoje, as Americanas divulgaram o balanço financeiro da empresa, que revelou um prejuízo de R$ 3,2 bilhões em 2023. No primeiro semestre deste ano, o saldo também foi negativo, em R$ 1,4 bilhão.
Para o economista e sócio da GWX Investimentos Ciro de Avelar, o recorde do Ibovespa foi alavancado, principalmente, pelo fluxo de capital estrangeiro. “O Brasil ainda é um mercado emergente muito atraente, principalmente quando a gente observa os juros reais, a gente está com 10,50% de Taxa Selic e 4,5% de inflação, então o estrangeiro que ainda tem juros menores lá pega o dinheiro lá fora e vem investir aqui no Brasil”, explica.
No entanto, o economista-chefe da Bluemetrix Asset, Renan Silva, considera que analisar somente o ganho nominal pode ser “míope”. Segundo ele, é necessário avaliar o Preço sobre Lucro (P/L) projetado, que é calculado pela diferença entre as receitas e a soma de despesas e custos.
“A máxima histórica, obtida no início dos anos 2000, o Ibovespa chegou a ter um PL de 20 anos. A média histórica fica em torno de 11,5 anos, e hoje nós ainda trabalhamos abaixo desse patamar, algo em torno de 8,5 até 9 anos, registrados nas principais ações do Ibovespa. O que ainda gera muita atratividade”, pontua.
Enquanto isso, o dólar comercial encerrou o pregão em alta pela segunda vez consecutiva, desta vez, de 0,27%, cotado a R$ 5,48. O movimento acompanhou o de outras moedas ao redor do mundo, devido à valorização da moeda norte-americana, que subiu 0,44% no Índice DXY.
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