22 de Novembro de 2024

Os passageiros de cruzeiro para volta ao mundo que, 3 meses depois, ainda não saíram do ponto de partida


Passageiros de um cruzeiro de volta ao mundo estão "presos" em Belfast, capital da Irlanda do Norte, há três meses depois que a viagem sofreu atrasos.

O navio Odyssey, da companhia de cruzeiros Villa Vie Residences, chegou à Queen’s Island, na capital, para ser equipado antes de zarpar para a primeira etapa de um cruzeiro de três anos, programado para começar em 30 de maio.

Mas o navio ainda não zarpou devido a problemas com seus lemes e caixa de engrenagens.

Holly Hennessey, moradora da Flórida, nos EUA, está entre os passageiros que se resignaram e fizeram da cidade seu repentino lar.

Viajar acompanhada do gato, chamado Captain, fez com que Hennessey não conseguisse sair de Belfast enquanto esperava o navio ficar pronto.

Os passageiros podem passar um tempo no navio durante o dia, mas devem desembarcar à noite.

"Podemos passar o dia todo a bordo do navio, e eles fornecem ônibus de traslado para embarcar e desembarcar", explica Hennessey, que se diz uma "viciada em cruzeiros".

"Podemos fazer todas as nossas refeições, e eles até passam filmes e organizam atividades de entretenimento, praticamente como em um cruzeiro, só que estamos no cais."

Apesar de apreciar as paisagens, o clima úmido foi um choque para esta nativa dos EUA.

"Nunca usei tanto meu guarda-chuva na vida, e carrego minha capa de chuva para onde quer que eu vá."

Os passageiros do cruzeiro tiveram a opção de "comprar" a cabine, em vez de pagar uma diária pela acomodação, como em um hotel tradicional.

Isso permite que eles permaneçam a bordo além da viagem inicial de três anos no navio.

"Quero ficar o máximo que puder", diz ela.

"Sempre quis morar em um navio, e vai ser um sonho se tornando realidade para mim."

O site da empresa Villa Vie Residences afirma que o custo de comprar uma cabine pode variar de US$ 99,9 mil a US$ 899 mil (R$ 553 mil a R$ 5 milhões).

A cabine de Hennessey tem uma cama de casal, uma pequena sala de estar com espaço para o gato e uma varanda.

"A Villa Vie é uma comunidade, e uma comunidade de verdade tem animais de estimação", diz ela.

A empresa diz que está tentando fazer tudo o que pode para "aliviar a ansiedade" dos passageiros, planejando viagens e outros cruzeiros ou hospedando-os em hotéis.

Angela e Stephen Theriac moravam na Nicarágua, e estão aproveitando ao máximo a espera.

Desde maio, eles passearam de trem pela Espanha, fizeram viagens de fim de semana para a Inglaterra e visitaram a Groenlândia.

"Somos viajantes, e queremos aproveitar ao máximo o lugar em que estamos", afirma Angela Theriac.

"A gente brinca que vai solicitar residência aqui em Belfast."

O marido dela, Stephen, diz que eles estão vivendo como os moradores locais.

"Comemos em todos os restaurantes, e tomamos uma Guinness em cada pub", afirma.

"Tudo isso faz parte da nossa aventura."

David Austin, da Geórgia, nos EUA, afirma que "parou de contar os dias" até o navio zarpar.

"A recompensa de ver o mundo dessa forma é grande demais para se sentir tão decepcionado com cada anúncio de atraso", diz ele.

"Eu estava comprometido, vendi minha casa logo antes da minha chegada, e continuei comprometido com essa aventura a cada atraso."

O CEO da companhia, Mike Petterson, disse que espera que o navio seja lançado ao mar até o fim da próxima semana.

"Não estamos focados nos próximos dias ou semanas, estamos focados no resto de nossas vidas e no que esta empresa vai fazer pelos moradores e pela indústria", afirmou.

Petterson explicou que o Odyssey, da Villa Vie Residences, é o primeiro navio de cruzeiro residencial "acessível" financeiramente.

"Quando você é o primeiro a fazer algo, você vai se deparar com contratempos, mas definitivamente estamos chegando lá e, embora estejamos atrasados, vamos zarpar."

Fonte: correiobraziliense

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