A espera por justiça durou 393 dias e terminou com a condenação à prisão perpétua do chef espanhol Daniel Sancho, 30 anos. Filho de Rodolfo Sancho, um ator conhecido por suas participações em séries de televisão de sucesso na Espanha, ele é assassino confesso do médico colombiano Edwin Arrieta, 45. Em 2 de agosto de 2023, Daniel matou, esquartejou Arrieta e colocou partes do corpo na geladeira e em sacos plásticos descartados em diversos pontos da ilha paradisíaca de Koh Pha Ngan, na Tailândia.
"O demandante está satisfeito com a sentença porque (Sancho) ficará na prisão pelo resto da vida e receberá uma compensação financeira", disse Bussakorn Kaewleeled, advogado da família de Arrieta. O Tribunal Provincial de Koh Samui, ilha vizinha, local do julgamento, entendeu que o assassino premeditou o crime. Daniel adquiriu facas, sacos plásticos e produtos de limpeza, armazenando-os no cômodo onde houve o esquartejamento.
A 17.883km de Koh Pha Ngan, na cidade colombiana de Santa Cruz de Lorica, no norte do departamento de Córdoba, o clima era de alívio. Apesar de homicídios serem punidos com a pena capital, na Tailândia, a família da vítima alegou motivos religiosos e pediu à Justiça que considerasse a prisão perpétua. O tribunal atendeu à solicitação e determinou a Sancho o pagamento de uma indenização equivalente a R$ 723 mil. A família Sancho vai recorrer da sentença. A defesa alega que ele agiu em legítima defesa, depois que a vítima teria tentado forçar uma relação sexual.
"Estou satisfeito. A justiça divina foi feita para o meu grande amigo Edwin Arrieta", disse ao Correio, por telefone, o advogado Jose Domingos Pardo, 47 anos, morador de Santa Cruz de Lorica. "Na verdade, estamos tristes, pois nenhuma indenização devolverá Edwin ao seio de sua família." Pardo contou que conhecia Edwin desde os tempos do primário. "Eu e meu pai também frequentávamos a casa da família dele. Depois, Edwin mudou-se para Barranquilla, a fim de estudar medicina." Questionado sobre as qualidades do amigo, Pardo respondeu: "Era uma pessoa magnífica, de muito fácil trato, tinha o dom de servir."
A professora Tania Jattin Martínez, 49 anos, afirmou ao Correio que a sentença imposta ao assassino de seu amigo foi "ajustada pelo direito". "Estamos na expectativa de que os advogados apelem ante o tribunal, mas mantemos a fé de que a Corte seguirá a mesma linha para fazer justiça terrena", comentou, por telefone. "A Justiça se manifestou com base no direito e com todas as provas desse crime atroz."
Segundo Jattin, Edwin deixa um vazio imenso. "Foi meu amigo por toda a vida. Éramos como irmãos. Ele sempre estava pronto para servir à comunidade”, desabafou. "Era um amigo de verdade, um companheiro de viagem incrível, um amigo para começar uma festa. Ele nunca mais voltará.”
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