Um tufão "extremamente forte" atingiu a costa na manhã desta quinta-feira (29) na ilha de Kyushu, no sul do Japão, onde as autoridades recomendaram a retirada de centenas de milhares de pessoas e emitiram um alerta máximo para vendavais e tempestades.
Com ventos de até 252 quilômetros por hora, o tufão Shanshan atingiu a costa por volta das 8h, horário local (20h de quarta-feira, no horário de Brasília), perto da cidade de Satsumasendai, na província de Kagoshima, informou a Agência Meteorológica do Japão (JMA).
A tempestade já causou três mortes e provocou o cancelamento de centenas de voos, a suspensão da produção da Toyota e cortes de energia em mais de 254 mil residências.
As autoridades emitiram o nível de alerta mais elevado em algumas áreas, alertando para tempestades, enchentes e deslizamentos de terra potencialmente mortais, e aconselharam centenas de milhares de moradores a se deslocarem.
Na cidade costeira de Miyazaki, foram registrados 26 feridos, alguns deles causados por um tornado, e 124 incidentes de danos a edifícios, disse um funcionário à AFP.
Em Fukuoka, principal cidade da ilha de Kyushu, o estudante Aoi Nishimoto, de 18 anos, estava preocupado com sua família em Miyazaki.
"Nossa casa está bem, mas houve um tornado em Miyazaki e faltou energia em alguns lugares. É preocupante", disse ele à AFP.
No dia anterior, o porta-voz do governo japonês, Yoshimasa Hayashi, alertou que este tufão "extremamente forte" iria desencadear "ventos violentos, ondas fortes e uma tempestade em níveis nunca vistos por muitas pessoas".
Desde terça-feira, grande parte do Japão foi atingido pelas fortes chuvas trazidas pelo tufão.
Na cidade de Gamagori, centro do país, as chuvas provocaram um deslizamento de terra que soterrou uma casa onde morava uma família de cinco pessoas. Os pais, de 70 anos, e um filho de 30 anos morreram, enquanto outras duas filhas adultas sobreviveram, informou a agência de notícias local Kyodo.
A agência meteorológica previu 1.100 milímetros de precipitação na ilha de Kyushu entre quarta e a manhã sexta-feira, metade da quantidade de chuva anual que normalmente cai nesta área.
Por enquanto, o sistema avança lentamente para o norte, o que normalmente significa mais chuvas, e espera-se que se mova em direção à ilha principal do Japão, Honshu, e às cidades de Osaka e Nagoya.
A JMA alertou sobre "o risco de um desastre devido às fortes chuvas que podem piorar rapidamente no oeste do Japão".
A emissora pública NHK TV transmitiu imagens da área com árvores derrubadas, janelas quebradas e telhados arrancados pelo vento em algumas casas.
As companhias aéreas Japan Airlines e ANA cancelaram mais de 500 voos na quinta e sexta-feira e a gigante do setor automobilístico Toyota suspendeu a produção nas suas 14 fábricas no Japão na quinta-feira.
As montadoras Nissan e Honda também decidiram interromper as atividades em suas fábricas na ilha de Kyushu, informou a imprensa local.
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