Às vésperas de completar um ano da guerra na Faixa de Gaza, manifestações espontâneas se espalharam por Israel. Cidades, como Tel Aviv, Ra'anana, Rehovot e Be'er Sheva foram tomadas por protestos e bloqueios de estradas, após a convocação da principal da Histadrut — central sindical de Israel — confirmar greve geral a partir de hoje. É uma reação ao anúncio do governo de Benjamin Netanyahu da localização de mais seis reféns encontrados mortos.
Os manifestantes querem um acordo imediato para garantir a libertação dos reféns restantes. O líder da oposição israelense, Yair Lapid, e as famílias dos reféns também fizeram um apelo pela paralisação das ações militares. Mas Netanyahu, que está sob pressão, é contrário a qualquer tipo de negociação ou trégua. "Aqueles que matam reféns não querem um acordo", afirmou o primeiro-ministro em comunicado. "Vamos persegui-los, vamos pegá-los e vamos acertar contas."
De acordo com as autoridades israelenses, os restos mortais dos reféns foram encontrados anteontem em um túnel subterrâneo na zona de Rafah, no sul do território palestino. O Ministério da Saúde de Israel informou que os resultados das autópsias indicam que os reféns morreram devido a ferimentos à bala a uma curta distância entre quinta e sexta-feira.
Segundo o Hamas, os reféns foram mortos por "disparos e bombardeios israelenses". Entre as vítimas estava o cidadão israelense-americano Hersh Goldberg-Polin, de 23 anos. Os outros cinco reféns também foram identificados: Carmel Gat, Eden Yerushalmi, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e o sargento Ori Danino. Durante o enterro do filho Almog, Nira fez um desabafo: "Basta, chega disso. Pagamos o preço mais alto. Espero que sejamos os últimos. A partir de agora, só um acordo para trazer de volta os reféns". Almog foi um dos primeiros corpos localizados.
Desde a última ofensiva de israel com bombardeios e incursões de blindados em Jenin, Nablus, Tubas, Tulkarem, o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina diz que 24 palestinos foram mortos. Já do lado israelense, informam três vítimas fatais. O único momento sem ataques, numa pausa humanitária, foi para atender a um pedido da Organização Mundial de Saúde (OMS) para vacinação infantil contra poliomielite.
Por três dias, a OMS planeja vacinar 640 mil crianças com menos de 10 anos na região. Basma al Bach, uma mãe palestina que andou muito para garantir vacina para os filhos, contou neste domingo que estava "muito feliz". "É absolutamente necessário que sejam vacinados", afirmou à AFP Ghadir Haji, enquanto a família aguardava na fila de vacinação na clínica do campo de refugiados de Al Zawayda. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, estimou, por sua vez, que, para as crianças de Gaza, "a melhor vacina [...] é a paz".
Em meio à campanha de vacinação, houve ontem na Cidade de Gaza, um bombardeio israelense contra um grupo de policiais em uma escola que abriga deslocados palestinos, deixando pelo menos 11 mortos. A guerra em Gaza atingiu 2,4 milhões de palestinos, causando uma situação humanitária catastrófica.
A guerra em Gaza eclodiu em dia 7 de outubro de 2023. Há 11 meses, integrantes do Hamas atacaram o sul de Israel, o que provocou 1.205 mortos, a maioria civis, segundo a AFP. Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas e lançou uma vasta ofensiva de retaliação que deixou 40.738 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território.
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.