24 de Novembro de 2024

O que é o Hezbollah, que está em conflito com Israel?


Os ataques aéreos recentes de Israel contra o grupo armado Hezbollah, no Líbano, resultaram na morte de centenas de pessoas, marcando a mais violenta escalada de confrontos transfronteiriços em décadas na região.

Em resposta, o Hezbollah lançou centenas de foguetes contra o norte de Israel, gerando temores de que os combates, intensificados pela guerra em Gaza, possam levar a um conflito regional de grandes proporções.

O Hezbollah é um partido político xiita e um grupo armado com forte influência no Líbano, tanto no parlamento quanto no governo.

Controla a mais poderosa força militar do país. O grupo surgiu na década de 1980, em reação à ocupação israelense do sul do Líbano durante a guerra civil (1975-1990).

Com apoio militar e financeiro do Irã e alianças com a Síria de Bashar al-Assad, o Hezbollah já realizou ataques letais contra forças israelenses e americanas.

Após a retirada das tropas israelenses do Líbano em 2000, o Hezbollah assumiu o crédito pela vitória.

A guerra de 2006 entre Hezbollah e Israel, desencadeada por um ataque do grupo, resultou na morte de cerca de mil civis, mas o Hezbollah saiu fortalecido, expandindo suas capacidades militares.

Atualmente, é considerado uma organização terrorista por diversos países, incluindo Israel, Estados árabes do Golfo e nações ocidentais.

Desde 1992, o Hezbollah participa ativamente das eleições no Líbano, consolidando-se como uma força política significativa.

Embora tenha perdido a maioria no parlamento em 2022, o grupo continua a exercer influência através de seus aliados e ministros no governo interino.

A população libanesa está dividida quanto ao apoio ao Hezbollah.

Parte da sociedade apoia suas iniciativas, enquanto outra parte critica seu envolvimento na política e suas capacidades militares.

Além da política, o Hezbollah também administra escolas, hospitais e instituições de caridade no país.

Com milhares de combatentes e um vasto arsenal de mísseis, o Hezbollah é uma das forças não estatais mais bem armadas do mundo, com apoio direto do Irã.

A organização afirma ter 100.000 combatentes, embora estimativas externas coloquem esse número entre 20.000 e 50.000.

Muitos desses combatentes têm experiência de combate, especialmente devido à guerra civil na Síria.

O Hezbollah possui entre 120.000 e 200.000 foguetes e mísseis, a maioria de curto alcance.

No entanto, o grupo também dispõe de mísseis guiados e antiaéreos capazes de atingir o território israelense, com armamento mais avançado que o do Hamas, em Gaza.

Sheikh Hassan Nasrallah é um clérigo xiita que lidera o Hezbollah desde 1992. Ele teve papel fundamental em transformar o grupo em uma força política e militar.

Ele possui laços estreitos com o Irã e seu líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

A relação começou em 1981, quando o primeiro líder supremo do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, o indicou como seu representante pessoal no Líbano.

Nasrallah não aparece em público há anos, supostamente por temor de ser assassinado por Israel.

Mas ele segue sendo reverenciado pelo Hezbollah, e profere discursos na televisão todas as semanas.

O Hezbollah é um dos grupos militarizados não-estatais mais armados do mundo. Ele é fundado e financiado pelo Irã.

Nasrallah diz possuir 100 mil combatentes, mas avaliações independentes estimam que o número verdadeiro varia entre 20 mil e 50 mil.

Muitos são combatentes bem-treinados e com experiência de lutar na guerra civil da Síria.

Estima-se que o Hezbollah tenha algo entre 120 mil e 200 mil foguetes e mísseis, de acordo com a organização Center for Strategic and International Studies.

A maior parte do arsenal é composta por foguetes de artilharia pequenos, não-guiados e de superfície.

Acredita-se que o grupo possui mísseis anti-aviões e antinavios, além de mísseis capazes de atacar no interior do Israel, longe da fronteira.

Esse arsenal é muito mais sofisticado do que o que o Hamas possuiria na Faixa de Gaza.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, é um clérigo xiita que está à frente do grupo desde 1992.

Nasrallah transformou o Hezbollah em uma força política e militar poderosa, mantendo estreitas relações com o Irã, especialmente com o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.

Ele raramente aparece em público, provavelmente devido ao temor de um ataque israelense, mas continua influente, fazendo discursos semanais televisionados.

Os confrontos entre Israel e Hezbollah, anteriormente esporádicos, se intensificaram em 8 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas contra Israel que desencadeou a guerra em Gaza.

Desde então, o Hezbollah lançou mais de 8.000 foguetes contra o norte de Israel e as Colinas de Golã, respondendo a Israel em apoio aos palestinos. Israel retaliou com ataques aéreos e artilharia contra o Líbano.

Os confrontos deslocaram mais de 70.000 pessoas no norte de Israel e mais de 110.000 no Líbano.

A situação se agravou com a morte de 12 crianças e jovens em um ataque com foguetes nas Colinas de Golã, em 27 de julho de 2024.

A escalada continuou com a morte de altos comandantes do Hezbollah e ações militares israelenses, o que elevou ainda mais a tensão na região.

Em setembro de 2024, novas ofensivas intensificaram o conflito, e o Hezbollah retaliou com ataques de longo alcance contra Israel, danificando residências e forçando milhares de israelenses a buscarem abrigo.

Estima-se que, até 20 de setembro, mais de 600 pessoas tenham morrido no Líbano, a maioria delas combatentes do Hezbollah, enquanto em Israel, pelo menos 49 pessoas morreram devido aos ataques direto.

Fonte: correiobraziliense

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