22 de Novembro de 2024

Israel invade o Líbano e inicia operação por terra contra o Helzollah


O Exército israelense anunciou nesta terça-feira (noite de segunda, 30, no Brasil) que suas forças iniciaram "incursões terrestres seletivas" em cidades do sul do Líbano. Antes, declarou três cidades na fronteira norte “zonas militares fechadas”.

Apoiadas por ataques aéreos e de artilharia, as incursões têm como alvo combatentes do grupo islamista Hezbollah "em povoados próximos à fronteira" com Israel, informou o Exército.

Já o Exército libanês reposicionou suas tropas no sul do país, na fronteira com Israel, disse um oficial militar à AFP.

O balanço dos bombardeios israelenses nesta segunda no Líbano é de 95 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.

Apesar do golpe devastador desferido contra o Hezbollah com o assassinato do seu líder, Hassan Nasrallah, na sexta-feira, em um bombardeio no subúrbio de Beirute, líderes israelenses alertaram que a batalha contra o movimento pró-Irã, arqui-inimigo de Israel, ainda não acabou.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, havia adiantado mais cedo que Israel realizava "operações limitadas contra a infraestrutura do Hezbollah perto da fronteira”.

O Exército israelense anunciou que estabeleceu uma “zona militar fechada” em torno dos municípios de Metula, Misgav Am e Kfar Giladi e proibiu a entrada na região. Também ordenou a retirada dos moradores de três bairros do subúrbio sul de Beirute.

Do lado libanês, uma fonte da segurança disse à AFP que Israel lançou na noite desta segunda ao menos seis bombardeios contra o subúrbio do sul de Beirute, considerado um reduto do Hezbollah. 

Antes, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, havia declarado que a morte de Nasrallah havia sido “um passo importante”, mas que não era “o fim”.

“Para garantir o regresso das comunidades no norte de Israel, usaremos todas as nossas capacidades”, declarou Gallant durante uma visita aos soldados destacados na fronteira israelense-libanesa.

Por sua vez, o número dois do movimento islamista libanês, Naim Qassem, assegurou que “estaremos prontos se os israelenses decidirem entrar no nosso território, as nossas forças de resistência estão prontas para um confronto terrestre”.

Também prometeu continuar a lutar “em apoio de Gaza”, onde Israel promove uma ofensiva há quase um ano, em resposta ao ataque letal do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou nesta segunda-feira que “não há lugar no Oriente Médio que Israel não possa alcançar” para eliminar seus inimigos.

Antes do anúncio israelenses sobre suas operações "terrestres seletivas", vários atores haviam expressado sua oposição a esse tipo de ação.

A ONU anunciou que os mais de 10 mil capacetes azuis destacados no sul do Líbano não podem mais patrulhar devido à intensidade dos combates, enquanto o secretário-geral da organização, António Guterres, reiterou ser contra qualquer “invasão terrestre” de Israel.

Em Washington, o presidente Joe Biden sinalizou que se opõe às operações terrestres israelenses no Líbano e apelou a um cessar-fogo “agora”.

Presente em Beirute, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, também pediu a Israel para "se abster de qualquer incursão terrestre" no Líbano e por um "cessar-fogo". Ele também solicitou ao Hezbollah que pare de atirar contra o norte de Israel.

Qualquer nova intervenção militar israelense no Líbano “deve ser evitada”, disse o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

Diante dessa possibilidade, a França mobilizou um navio de sua Marinha para evacuar cidadãos franceses do Líbano caso seja necessário.

O Hezbollah abriu uma frente na fronteira com Israel há quase um ano, após o início da guerra na Faixa de Gaza, em apoio ao seu aliado Hamas, movimento islamista que governa o território palestino.

Desde meados de setembro, Israel transferiu a maior parte de suas operações militares para o norte, com o objetivo de interromper o lançamento de foguetes do Hezbollah e permitir que milhares de moradores da região que tiveram que fugir pudessem retornar.

Por sua vez, o Irã, aliado do Hezbollah e do Hamas, descartou a possibilidade de enviar combatentes ao Líbano e à Faixa de Gaza para enfrentar Israel, seu arqui-inimigo.

“Não é necessário enviar forças auxiliares ou voluntárias” do Irã, declarou o porta-voz diplomático Naser Kanani, acrescentando que o Líbano e os combatentes nos territórios palestinos “têm a capacidade e o poder necessários para enfrentar a agressão do regime sionista”.

Desde a onda de explosões de pagers e walkie-talkies do Hezbollah no Líbano, ocorrida em meados de setembro e atribuída a Israel, e a intensificação dos bombardeios israelenses que se seguiram, mais de 1.000 pessoas foram mortas no Líbano, segundo o Ministério da Saúde libanês.

O primeiro ataque contra Beirute desde 8 de outubro destruiu um andar de um edifício do centro. Segundo a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), três dos seus membros foram mortos nesse ataque. Israel afirma ter matado dois comandantes deste grupo, considerado “terrorista” tanto pelos israelenses como pela UE.

Na Faixa de Gaza, bombardeada incessantemente durante quase um ano, o número de ataques aéreos israelenses diminuiu consideravelmente nos últimos dias.

Fonte: correiobraziliense

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