"Pode chegar a 600 mortos", prevê a Casa Branca sobre o número de mortes causadas pelo furacão Helene, que nesses últimos dias devastou cidades de vários estados do sudeste dos Estados Unidos.
Pelo menos 108 pessoas morreram nos estados da Carolina do Norte e do Sul, Geórgia, Flórida, Tennessee e Virgínia, de acordo com os registros das autoridades locais compilados pela AFP.
"Houve relatos de mais de 100 mortos e — como consequência desta tempestade— 600 pessoas desaparecidas, porque não podem ser contatadas. Se Deus quiser, elas estão vivas, mas não há como contatá-las, de novo, por causa da falta de cobertura de celular", afirmou o presidente Joe Biden durante discurso na Casa Branca.
Biden, que aprovou ajuda federal "durante o tempo que for necessário" para vários estados após o desastre, planeja viajar nesta quarta-feira à Carolina do Norte, um dos estados mais afetados e com o maior número de óbitos. O presidente americano disse que não visitaria a região antes para "não perturbar" as operações de emergência.
A tempestade causou o fechamento de centenas de estradas e o colapso de pontes com as inundações.
Pelo menos dois milhões de pessoas estão sem eletricidade, de acordo com a PowerOutrage.us.
Os socorristas continuam as buscas pelos sobreviventes e levando alimentos aos moradores afetados pelas inundações, cortes de energia e estradas bloqueadas.
O furacão Helene atingiu a costa do Big Bend na Flórida na quinta-feira (26/9), como um furacão de categoria 4 e ventos de 225 km/h, seguindo para o norte pela Geórgia, Carolina do Sul, Carolina do Norte, Tenesse e Kentucky nesse fim de semana.
Com o número de mortos aumentando e centenas de pessoas desaparecidas, o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, viajou à Geórgia, um dos estados mais afetados pelo furacão e crucial para as eleições de novembro.
Sem apresentar provas, Trump afirmou que estava sendo negada ajuda a apoiadores do Partido Republicano e criticou sua rival democrata na corrida presidencial, Kamala Harris. "A vice-presidenta está em algum lugar, fazendo campanha, buscando dinheiro", disse o magnata.
Kamala, que cancelou eventos de campanha para se informar sobre a resposta federal em Washington, também visitará as regiões afetadas, após a primeira onda de operações de emergência.
A Casa Branca rejeitou as críticas de Trump de que Biden e Kamala não responderam com rapidez suficiente. A democrata estava em viagem de campanha na Califórnia no fim de semana, enquanto Biden estava em sua casa de praia em Delaware.
Trump acusou o presidente de "dormir" em vez de lidar com os danos da tempestade. "Eu estava no comando, estive ao telefone por pelo menos duas horas ontem, e anteontem também", disse o presidente hoje, ao ser questionado sobre as críticas.
"Absolutamente, categoricamente, inequivocamente, sim, sim, sim e sim", disse Biden a jornalistas que perguntaram se a destruição era resultado da crise climática.
Cientistas afirmam que as mudanças climáticas provavelmente desempenham um papel na rápida intensificação dos furacões, pois há mais energia nos oceanos mais quentes para alimentá-los.
O gabinete do xerife do condado de Pinellas, na Flórida, publicou uma lista das mortes registradas até agora, quase todas ocorridas em suas próprias casas. A maioria parece ter se afogado, enquanto outros estavam enterrados sob os escombros.
O governador da Geórgia, Brian Kemp, descreveu a tempestade como "um tornado de 400 km de largura". Seu colega da Carolina do Norte, Roy Cooper, disse nesta segunda-feira que centenas de estradas haviam sido destruídas e muitas comunidades foram "apagadas do mapa".
"Esta é uma tempestade sem precedentes", afirmou a jornalistas. "Estamos trabalhando para aumentar os suprimentos. O custo emocional e físico aqui é indescritível".
*Com informações da AFP
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