24 de Novembro de 2024

Ataque do Irã a Israel: 5 pontos para entender retaliação iraniana


O Irã disparou dezenas de mísseis contra Israel e alguns deles atingiram o território israelense na terça-feira (1/10). Este é o segundo ataque do Irã neste ano, depois que o país disparou dezenas de mísseis e drones em abril.

Militares israelenses dizem que o ataque parece ter terminado e não há sinais de ameaças do Irã "por ora", mas não se sabe exatamente qual foi o dano causado até agora.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, alertou que o ataque terá "consequências". O ataque acontece em meio à uma ofensiva de Israel no Líbano.

Confira o que se sabe até agora.

O Irã lançou cerca de 180 mísseis contra Israel, segundo o exército israelense. Segundo esse dado, o ataque realizado agora seria um pouco maior do que o realizado em abril, quando o Irã disparou 110 mísseis balísticos e 30 mísseis de cruzeiro contra Israel.

Imagens exibidas pela televisão israelense mostram mísseis sobrevoando a área de Tel Aviv pouco antes das 19h45 no horário local (13h45 no horário de Brasília) na terça-feira.

A maioria dos mísseis foi derrubada pelo sistema de defesas de Israel, segundo uma fonte militar israelense. Um correspondente da BBC News em Jerusalém disse que restaurantes e escolas foram atingidos, e que algumas bases militares podem ter sido atingidas.

A Guarda Revolucionária do Irã afirma que 90% dos projéteis disparados atingiram seus alvos, e que mísseis supersônicos foram usados pela primeira vez. Fontes iranianas dizem que três bases militares israelenses foram atacadas.

A autoridade palestina de defesa civil na cidade de Jericó, na Cisjordânia, disse que um homem morreu durante o ataque de mísseis iranianos.

Segundo a agência de notícias AFP, que conversou com o governador Hussein Hamayel, a vítima foi morta por destroços de foguete.

Autoridades israelenses não noticiaram nenhum ferimento grave como resultado do ataque de terça-feira, mas médicos israelenses disseram que duas pessoas ficaram levemente feridas com estilhaços.

A Guarda Revolucionária do Irã disse que os ataques foram em resposta ao ataque de Israel que matou alguns dos principais comandantes e aliados na região.

O Irã citou dois nomes de pessoas que foram mortas em Beirute no dia 27 de setembro: o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e o comandante das Guardas Revolucionárias, Abbas Nilforoshan.

O Irã também fez referência ao assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã em julho. Israel não reconheceu estar por trás da morte de Haniyeh, mas é amplamente aceito que o país orquestrou seu assassinato.

Uma autoridade do governo iraniano disse à agência de notícias Reuters que o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, deu pessoalmente a ordem para o ataque de terça-feira.

O Irã não reconhece o direito de Israel de existir, e luta pela sua erradicação. O país passou anos apoiando organizações paramilitares que fazem oposição a Israel.

Israel acredita que o Irã é uma ameaça existencial e há anos opera missões secretas contra Teerã.

Israel possui um sofisticado sistema de defesas aéreas. O mais conhecido deles é chamado de Domo de Ferro. Ele foi concebido para interceptar foguetes de curto alcance disparados pelo Hamas e pelo Hezbollah.

Apesar de ele ter sido usado para defender Israel de ataques realizados pelo Irã em abril, a maior parte do esforço de defesa provavelmente foi realizada por outros sistemas.

Um sistema americano e israelense chamado Funda de Davi é usado para interceptar foguetes de médio a longo alcance, além de mísseis balísticos e de cruzeiro. Para interceptar mísseis balísticos de longo alcance, que voam fora da atmosfera da Terra, Israel possui interceptores chamados de Arrow 2 e Arrow 3.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reafirmou o apoio americano a Israel e disse que o ataque com mísseis foi "derrotado e inefetivo".

Ele ordenou que suas forças na região ajudem na defesa de Israel e derrubem mísseis iranianos.

Um porta-voz do Pentágono disse que destróieres dispararam cerca de uma dúzia de interceptores contra mísseis iranianos que estavam a caminho de Israel.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, confirmou "múltiplas" interceptações pelos EUA e condenou o que chamou de "ato revoltante de agressão pelo Irã".

A BBC também verificou imagens de mísseis sendo interceptados sobre a capital da Jordânia, Amã. O país também derrubou alguns mísseis durante o ataque iraniano em abril.

A BBC verificou que jatos britânicos estiveram envolvidos no apoio a Israel na terça-feira, assim como aconteceu em abril.

O secretário de Defesa britânico, John Healey, disse que forças britânicas "desempenharam seu papel nas tentativas de impedir maior escalada" na noite de terça-feira, mas não forneceu mais detalhes.

O premiê britânico, Keir Starmer, disse que o Reino Unido está do lado de Israel e reconheceu o "direito de auto-defesa" do país.

França e Japão também condenaram os ataques do Irã, e pediram que todas as partes evitem escalar tensões.

Netanyahu disse que o Irã cometeu um "grande erro" e que vai "pagar por isso".

"Nós temos planos e vamos agir no lugar e no momento que decidirmos", disse o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Haggari.

As Guardas Revolucionárias do Irã disseram que a resposta de Teerã será "mais esmagadora e arrasadora" se Israel reagir.

Israel realizou novos ataques aéreos em Beirute contra alvos do Hezbollah na noite de terça para quarta-feira, e fez um alerta para que os cidadãos deixem subúrbios do sul, onde o grupo está mais concentrado.

O editor internacional da BBC News, Jeremy Bowen, disse que o humor de Israel mudou com o ataque, e que existe maior disposição para uma retaliação maior.

O ex-premiê de Israel Naftali Bennett, — tido por alguns como possível candidato para voltar ao cargo — disse na plataforma X que "esta é a melhor oportunidade em 50 anos para se mudar a cara do Oriente Médio". Ele defendeu que Israel ataque instalações nucleares do Irã para "atingir fatalmente este regime terrorista".

Fonte: correiobraziliense

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