O indicado à presidência do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira (8/10) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que ele terá liberdade para tomar decisões no cargo, com enfoque no interesse do povo brasileiro.
“Toda vez que tive a oportunidade de encontrar o presidente Lula eu tive a garantia e a liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro”, disse.
Galípolo passa por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que deve votar sua indicação ao cargo. Essa será a primeira troca de comando da autoridade monetária na era da autonomia operacional, decretada em 2021. Os parlamentares irão interrogar o economista sobre assuntos pertinentes a sua possível gestão da autarquia.
Em sua fala de abertura, Galípolo elogiou a atuação do Banco Central e reafirmou o compromisso com o controle da inflação. “A ação do Banco Central tem sido inequívoca na perseguição das metas de inflação”, destacou.
O economista reconheceu ainda os numerosos desafios à frente, “como a consolidação de uma agenda capaz de criar uma economia mais equânime e transparente capaz de combinar produtividade e sustentabilidade”. “Isso envolve o compromisso permanente do Banco Central no combate à inflação e
que o atraso não seja fruto do avanço na direção errada”, reforçou.
Galípolo lembrou um ditado que afirma que o banqueiro central deve ser “o último dos otimistas e o primeiro dos pessimistas” e disse preferir “as dores do processo democrático do que as falsas promessas de atalho".
Desde que teve sua indicação confirmada pelo petista, o diretor fez um extenso “beija-mão” com ao menos 50 senadores alinhados ao governo e à oposição, em busca de apoio para a sabatina. “Todas as conversas com as senadoras e senadores, independente do partido, também foram todas no sentido de me assegurar liberdade na gestão e demandar o compromisso com o nosso povo e o nosso país”, disse Galípolo.
Quem é Gabriel Galípolo?
Gabriel Muricca Galípolo, 42 anos, é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e mestre em Economia Política na mesma instituição. Chegou a atuar como professor em cursos de graduação no período de 2006 a 2012 na mesma universidade. Também deu aulas no curso MBA de PPPs (Parcerias Público-Privadas) e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP).
Sua carreira na área pública começou em 2007, quando ocupou a Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos, na gestão do então prefeito José Serra. Em 2008 foi diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do estado de São Paulo.
Entre 2017 a 2021 voltou à iniciativa privada para assumir a presidência do Banco Fator, focado em parcerias público-privadas e programas de privatização. Foi ainda pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) em 2022 e atuou também como conselheiro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) entre 2022 e 2023.
Desde junho de 2023 exerce o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central. Antes disso, ocupava o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, no início da gestão do ministro Fernando Haddad.
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