O Ministério da Defesa informou, nesta terça-feira (8/10), que as exportações de produtos relacionados à segurança e defesa nacional atingiram o maior valor, em dólares, desde o início da série histórica, há dez anos. Entre janeiro e outubro de 2024, este valor atingiu US$ 1,6 bilhão, o que iguala o melhor resultado desde o início da contagem anual, que foi registrado em 2021.
Apesar disso, na visão do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o setor ainda passa por um momento de dificuldade financeira. Atualmente, cerca de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil é destinado para este segmento. Uma proposta defendida pelo ministério é aumentar essa participação para 2% da receita corrente líquida do país, que ainda deve ser discutida no Congresso Nacional.
Mesmo assim, o principal ponto de estresse relatado pelo ministro é a falta de previsibilidade orçamentária. “Estamos tomando providências, o presidente (Lula) tem se preocupado, estamos com uns projetos nas mãos da Câmara e do Senado para que possam oxigenar nossas finanças e sanar este problema”, afirmou o ministro.
Múcio esteve presente na cerimônia que confirmou um acordo de cooperação técnica da pasta com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na prática, a entidade disponibilizará informações levantadas pelo Observatório Nacional da Indústria, que conta com uma extensa base de dados, utilizada para antecipar movimentos do mercado e ser apoio para o fomento de soluções.
Com o acordo, o ministério ainda busca identificar oportunidades para a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) no mercado nacional e internacional. O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou a importância do acordo e destacou que ainda há muito espaço para a expansão da indústria nas áreas de segurança cibernética, satélites e aeroespacial.
“São setores estratégicos para o país e para a nossa soberania. Este acordo vai ajudar a indústria nacional a aproveitar mais e melhor as oportunidades no mercado global, fortalecendo a nossa competitividade”, destacou Alban.
Além do compartilhamento de dados, a parceria também prevê a identificação de atividades de maior demanda na área da defesa, listadas por meio da Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE). Diante disso, será possível o mapeamento das carências no setor e as tecnologias de maior interesse no mercado.
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