A exatamente três semanas da data das eleições presidenciais norte-americanas, a Geórgia — um dos sete swing states (estados que podem se inclinar para um partido ou para o outro, considerados decisivos para as eleições) — quebrou o recorde de comparecimento às urnas no primeiro dia de votação antecipada. "Estamos apenas acumulando o comparecimento recorde no primeiro dia. Foram emitidos 187.973 votos, por isso esperamos ultrapassar 200 mil votos expressos pessoalmente hoje. Tiremos o chapéu para nossos condados e para os eleitores que estão comparecendo. Enorme!", escreveu Gabriel Sterling, do gabinete do Secretário de Estado da Geórgia, às 14h de ontem.
Até então, o recorde de primeiro dia de votação antecipada tinha sido registrado em 2020, com 136 mil eleitores. Em média, o tempo de permanência dos eleitores nas urnas é inferior a um minuto. Sterling classificou a participação popular como uma "explosão". Um juiz da Geórgia determinou que os membros dos conselhos eleitorais locais devem certificar os resultados da votação, em uma decisão que pode impactar a disputa presidencial. A resolução de Robert McBurney, magistrado do Tribunal Superior, foi anunciada depois que uma integrante republicana do conselho eleitoral do condado de Fulton, que inclui grande parte de Atlanta, se recusou, no início deste ano, a certificar os resultados das primárias presidenciais da Geórgia.
Em um processo apoiado pelo America First Policy Institute, um grupo alinhado ao candidato republicano Donald Trump, Julie Adams buscou um julgamento que tornasse a certificação dos resultados das eleições "discricionária". McBurney rejeitou o pedido. "Se os superintendentes eleitorais fossem, como a demandante defende, livres para atuar como investigador, promotor, júri e juiz e, assim — com base em uma determinação unilateral de erro ou fraude — se recusassem a certificar os resultados das eleições, os eleitores da Geórgia seriam silenciados", escreveu McBurney.
A rede de televisão CNN divulgou que mais de 5 milhões de votos foram emitidos com antecedência em 39 estados norte-americanos. A Virgínia, um dos primeiros estados a começar a votação, emitiu mais de 708 mil votos. Ela é seguida por Michigan e Flórida (600 mil votos cada) e pela Pensilvânia (400 mil votos).
A candidata do Partido Democrata à Casa Branca e atual vice-presidente, Kamala Harris, questionou a saúde mental de Trump depois do republicano interromper um evento de campanha, na segunda-feira, para escutar suas músicas favoritas no palco. Ele parecia "perdido, confuso", comentou o porta-voz da equipe de campanha da democrata, que divulgou um vídeo sobre o ocorrido.
Trump, de 78 anos, respondeu com uma mensagem em sua rede social, na qual afirmava ter obtido resultados "excepcionais" em dois testes cognitivos diferentes. "Tenho uma saúde muito melhor do que Clinton, Bush, Obama, Biden e, acima de tudo, Kamala", disse o magnata, que pode ser o presidente mais idoso a ser empossado no cargo se vencer as eleições de 5 de novembro.
A estranha cena ocorreu durante uma sessão pública de perguntas e respostas com simpatizantes organizada pelo candidato na cidade de Oaks, Pensilvânia, um swing state do nordeste, sobre a votação. O evento ocorreu em uma sala mal climatizada. Foi preciso interrompê-lo duas vezes devido a desconfortos de espectadores que exigiram assistência médica. Trump pediu que as equipes de atendimento dedicassem o tempo necessário para cuidar deles.
Em seguida, o septuagenário brincou: "Alguém mais vai desmaiar?", e sugeriu: "Não vamos fazer mais perguntas, vamos ouvir música, vamos fazer música. Quem diabos se importa em ouvir perguntas, certo?" O republicano pediu que sua playlist preferida tocasse, começando por Ave Maria, cantada por Luciano Pavarotti. Foram 45 minutos de músicas.
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