No sábado (19/10), o presidente Luiza Inácio Lula da Silva (PT) sofreu uma queda em casa, que resultou em um ferimento leve na nuca. As quedas são a terceira causa de morte entre pessoas com mais de 65 anos no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde publicados em 2022. Dependendo do grau do acidente, os riscos são grandes para todas as faixas-etárias. Tiago Ferolla, médico geriatra da Rede Mater Dei de Saúde, faz alguns alertas para a prevenção de quedas e os riscos que elas podem trazer ao paciente.
De acordo com o especialista, são vários os fatores que facilitam as quedas, principalmente para os idosos. Perdas sensoriais — como a redução de audição ou visão, perda de força muscular e alterações de equilíbrio — facilitam com que pequenas alterações possam levar ao acidente doméstico.
"As quedas ocorrem principalmente em domicilio e, no domicilio, principalmente no banheiro. Então medidas comportamentais podem ser muito importantes.", afirma Ferolla. Tirar tapetes, deixar o caminho de passagem sempre o mais limpo possível, evitar móveis baixos e muito leves — que possam, muitas vezes, servir como apoio e acabarem caindo — estão entre as medidas comportamentais recomendadas pelo médico. Para os banheiros, é recomendado barras de proteção lateral, tapetes antiderrapantes e a utilização de calçados adequados.
O maior cuidado deve ser tomado com os idosos, que são os pacientes que mais sofrem com as quedas — podendo até serem fatais. Para o grupo, Ferolla faz algumas sugestões específicas, como a prática de atividades físicas, cuidado com a nutrição e a utilização de óculos e aparelhos auditivos, e o cuidado com ambiente, sempre tentando manter o mais seguro possível.
Ferolla afirma que o principal problema das quedas são as fraturas e os traumas cranianos, que podem evoluir para um hematoma intracraniano. Uma queda, mesmo que não haja fratura, pode levar à limitação da mobilidade, dor, síndrome de estresse pós-queda e fazer com que o paciente não volte a ter a mesma funcionalidade que tinha antes do acidente.
"O traumatismo craniano acontece, principalmente, quando a pessoa não teve oportunidade de ter um apoio por perto ou alguém para ajudá-lo.", informa o médico. "Então, se o paciente já tem algum déficit de limitação, o uso de auxílios — como andador e bengalas — podem ajudar para que a queda não aconteça de forma tão súbita", detalha.
Ferolla também faz um alerta aos que utilizam anticoagulantes: a medicação pode fazer com que os pacientes possuam maior risco de sangramento intracraniano pós-traumatismo. A recomendação é de que devem procurar assistência médica sempre que houver uma queda com traumatismo.
*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes
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