No último dia de encontro com outros ministros de finanças dos países do G20, em Washington, Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a proposta de taxação de super-ricos entre os países do grupo. O ministro demonstrou estar satisfeito com a posição de outras nações, em especial da África do Sul, que sediará o próximo encontro dos 20 países mais ricos do mundo em 2025.
“Poderia haver uma interrupção da agenda brasileira e o discurso da África do Sul deixou claro que haverá continuidade da agenda, sem prejuízo das marcas que a própria África do Sul certamente vai querer imprimir a sua presidência, a África do Sul deixou claro que recebe o bastão com o compromisso de levar adiante a agenda brasileira”, disse Haddad.
A proposta defendida pelo Brasil foi idealizada pelo economista francês Gabriel Zucman, professor de economia na Escola de Economia de Paris e da Universidade da Califórnia, e apresentada ao G20 no último mês de junho. Com uma taxa de 2% para os bilionários de todo o mundo, a medida poderia gerar uma arrecadação de US$ 200 bilhões a US$ 250 bilhões por ano.
Apesar disso, a taxação pode enfrentar alguns problemas para ser implementada, visto que pode causar uma fuga de capitais para países que não adotam o tributo, além da complexidade em garantir que a medida seja implementada de maneira ampla e justa, em todas as nações que integram o grupo.
Mesmo assim, o ministro da Fazenda demonstrou confiança após o encerramento do encontro em Washington e comemorou que as teses defendidas pelo governo brasileiro foram “todas negociadas e aprovadas”.
“É para isso que serve o G20. Não é para que um um país que assuma a presidência deixe de lado aquilo que foi uma conquista do seu antecessor. Mas o discurso inaugural da África do Sul deixou bastante claro que isso não vai acontecer nos deixou muito satisfeitos”, completou.
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