21 de Novembro de 2024

Fazer exercícios reduz em 30% o risco de morte em casos de demência


Uma nova pesquisa publicada, ontem, no British Journal of Sports Medicine revela que a prática de atividades físicas, independentemente da intensidade, após um diagnóstico de demência, está associada a uma redução de cerca de 30% no risco de morte. Os autores do estudo sugerem que os pacientes devem ser incentivados a manter ou iniciar uma rotina de exercícios, especialmente considerando que a expectativa de vida média após o diagnóstico varia entre quatro e cinco anos.

Para aprofundar essa questão, os cientistas usaram dados do Banco de Dados do Serviço Nacional de Saúde da Coreia, que incluía 60.252 pessoas recém-diagnosticadas. Os participantes passaram por exames de saúde dois anos antes e após o diagnóstico. A idade média era de 74 anos, sendo que 72% deles tinham Alzheimer e 12,5% apresentavam demência vascular.

A avaliação da atividade física foi feita por meio de formulário. A pesquisa classificou os exercícios em diferentes intensidades: intensa, como corrida, moderada —caminhada rápida e ciclismo regular - e leve, considerando caminhadas mais longas. A prática regular foi definida como exercícios de intensidade vigorosa pelo menos três vezes por semana ou de intensidade moderada cinco vezes por semana.

Os participantes foram classificados com base nas mudanças na atividade física regular nos dois anos que precederam e sucederam o diagnóstico, 78% eram não praticantes, houve 10% de desistentes, 8% de iniciantes e pouco mais de 3,5% mantiveram-se ativos. Durante um período médio de monitoramento de quase quatro anos, 27% dos voluntários faleceram e a continuidade na prática de atividade física mostrou ser a estratégia mais eficaz na redução do risco de morte, independentemente do tipo de demência.

O aumento nos exercícios após o diagnóstico, foi associado a uma diminuição do risco de morte que dependia da quantidade, mas não da intensidade do exercício. Manter uma rotina de exercícios reduziu o risco de morte em 29%, enquanto a atividade leve proporcionou uma redução de 30%.

Luiz Sinésio Silva Neto, diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer Regional Tocantins (Abraz-TO), afirma que, apesar do estudo, não fornecer uma relação de causa e feito, oferece uma mensagem clínica encorajadora para profissionais de saúde e cuidadores, com base no efeito protetor do exercício contra a mortalidade por todas as causas.

"(É importante) incentivar o início ou à continuidade da prática regular de exercício físico nas pessoas idosas com demência. O simples ato de caminhar regularmente e ir aumentando o tempo por semana já pode promover mudanças na qualidade e prolongamento de vida das pessoas idosas com demência." 

 


Fonte: correiobraziliense

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