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A autora principal do estudo, Brooke Williams, pesquisadora da Queensland University of Technology e do Institute for Capacity Exchange in Environmental Decisions, na Austrália, afirmou que, apesar de ser custoso plantar árvores em paisagens degradadas, ao aprimorar técnicas de regeneração natural, os países podem atingir suas metas de de forma econômica.
Para o trabalho, os cientistas usaram um conjunto de dados, desenvolvido por Matthew Fagan, professor associado de geografia e sistemas ambientais na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Segundo o coautor do trabalho, eles utilizaram imagens de satélite para identificar milhões de pequenas áreas onde a cobertura de árvores aumentou ao longo do tempo. "Então, excluímos as áreas plantadas por humanos com aprendizado de máquina, focando no recrescimento natural."
Ao Correio, Williams destacou que identificar áreas onde as florestas podem se recuperar com intervenção mínima é essencial para alcançar a restauração florestal em escala. "O plantio de árvores e a preparação extensiva do local são estratégias populares e podem ser eficazes, particularmente ao usar espécies de árvores nativas adaptadas localmente em misturas. No entanto, implementar o plantio de árvores em larga escala é proibitivamente caro, especialmente para nações em desenvolvimento, e apenas algumas vezes ajuda efetivamente a biodiversidade nativa a se recuperar."
Segundo a autora principal, em áreas em que as condições ecológicas são boas para que as florestas cresçam novamente por conta própria ou com assistência de baixo custo, os métodos de regeneração são menos dispendiosos. "Além disso, são mais eficazes do que o plantio completo de árvores. No entanto, a regeneração natural tem sido subutilizada como uma estratégia de restauração, em parte porque os líderes ão têm conhecimento de onde o processo pode ocorrer e o tempo que levará para gerar benefícios socioeconômicos e ambientais."
Os pesquisadores também consideraram diversos fatores que impactam a regeneração, como qualidade do solo, declividade, densidade de estradas, população e riqueza local. O produto final do estudo é um mapa digital que indica o potencial estimado de crescimento florestal, uma ferramenta valiosa para ambientalistas e comunidades que desejam defender seus esforços de restauração.
"Nosso objetivo é que isso seja usado democraticamente por pessoas, organizações e localidades locais para defender onde a restauração deve acontecer," afirmou Fagan, em nota. Ele destacou que algumas áreas identificadas podem não ser restauradas devido a usos para pastagens ou plantações, mas muitas são terras degradadas com baixo custo de regeneração natural. "Se você restaurasse isso para a floresta tropical, o benefício para a qualidade da água, fornecimento de água, biodiversidade local e qualidade do solo seria imenso", enfatizou.
Victor Fortuna Alves Maciel, biólogo e professor do colégio Galois, em Brasília, frisou que a regeneração natural é o modelo mais sustentável disponível atualmente para a recuperação de áreas degradadas. "No entanto, sabe-se que não são todas as áreas que terão alta eficácia na regeneração natural. Nesses casos, o plantio guiado é a única alternativa viável. Porém, nas áreas em que a regeneração natural é viável a capacidade natural de regeneração, independente da ação humana, tem altíssima relevância."
Marco Moraes, geólogo, divulgador científico e autor do livro Planeta Hostil, destaca que, apesar das grandes vantagens do recrescimento natural, ele não substitui a necessidade total de intervenções para a recuperação de áreas degradadas. "Em todos os ecossistemas é necessária uma determinada cobertura vegetal contínua para que esse ambiente permaneça viável e saudável. A proporção dessa cobertura é variável, na Amazônia, por exemplo, é de 80%, no Cerrado é de 20% a 35% e no Pantanal 50%."
Durante a última semana da COP 16 de biodiversidade, a Colômbia lançou a Coalizão Paz com a Natureza, um apelo que reuniu líderes internacionais e instigou ativistas para a proteção da biodiversidade. Até o momento, 22 países, 40 organizações mundiais e quase 80 mil pessoas já aderiram ao movimento, atendendo ao apelo colombiano que busca apresentar medidas para enfrentar a crise climática.
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